domingo, 16 de março de 2008

Não às barragens no Ribeira de Iguape

NÃO SEJAMOS INDIFERENTES. O PROBLEMA TAMBÉM É NOSSO!!!

Por favor, ajudem nessa campanha. Vamos protestar! Vamos copiar o banner abaixo e divulgar em todo email que escrevermos, para lembrar, sempre, que um rico ecossistema está severamente ameaçado e precisa de nossa ajuda. Não vamos “engolir” mais esta. Protestos de todo o Brasil seriam um grande reforço. Vamos gastar um pouquinho de tempo para tentar reverter situações que colaboram para degradar, cada vez mais, nosso tão maltratado País. Tão rico, tão maravilhoso e tão vilipendiado.




Aqui vão algumas sugestões para endereçar emails. Muitos outros emails de diversos outros jornais, rádios etc, de várias localidades do Brasil, podem ser acrescentados, a critério de quem quiser ajudar. IBAMA (linhaverde.sede@ibama.gov.br) Imprensa (veja@abril.com.br, atende.ae@grupoestado.com.br, folhaemergencia@uol.com.br), Rádios (am@jovempam.com.br, ouvinte@bandnewsfm.com.br). Presidente da República (pr@planalto.gov.br)Ministra do Meio Ambiente (marina.silva@mma.gov.br), Gabinete da casa civil (casacivil@planalto.gov.br), Protocolo do Planalto (protocolo@planalto.gov.br), Senadores, Deputados. Os emails deles podem ser vistos nos respectivos sites.
O caso tem de ser alardeado. Os habitantes dos vários municípios do Vale do Ribeira estão lutando bravamente, fazendo o que podem para impedir que a Votorantim inunde uma grande área para fazer a sua hidrelétrica particular. “O IBAMA Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concluiu pela viabilidade ambiental da usina hidrelétrica de Tijuco Alto. Se construída, vai gerar energia exclusivamente para a Companhia Brasileira de Alumínio – CBA e muitos prejuízos à população e à biodiversidade local. “

Isso é que ser uma grande maldade! A Votorantim, proprietária da CBA, certamente manipulou os habitantes do lugar, tanto que venderam suas terras. Quanta covardia! Querer fazer uma hidrelétrica, para gerar uma ninharia de energia e causar um grande estrago numa linda região como o Vale do Ribeira. “Simplesmente, o Ibama, sem aviso prévio, fechou as cavernas à visitação. É como se uma grande indústria fosse fechada da noite para o dia, sem nenhuma satisfação”. A Votorantim, também manipulou o IBAMA, que apressou-se a modificar o cotidiano turístico da região.
Não às barragens no Ribeira de Iguape
Localizado entre o sul do estado de São Paulo e norte do Paraná, declarado Patrimônio Natural da Humanidade em 1999, o Vale do Ribeira contém mais de 2,1 milhões de hectares de florestas - 21% dos remanescentes de Mata Atlântica de todo o País -, 150 mil hectares de restingas e 17 mil de manguezais. Toda essa riqueza ambiental subsiste porque nessa região ainda vivem diversas comunidades tradicionais (remanescentes de quilombos, caiçaras, índios e pequenos produtores rurais) e foram criadas várias Unidades de Conservação.

Apesar de ainda não estar aprovada pelos órgãos competentes, o projeto de implantação da usina de Tijuco Alto já vem produzindo efeitos negativos na região há bastante tempo. Centenas de pequenos agricultores que viviam no local onde seria implantada a barragem venderam suas terras à CBA ao acreditar que o território seria inundado. Muitas famílias que viviam nestas terras, mas não eram proprietárias, foram expulsas de suas casas sem nenhum tipo de indenização, aumentando o êxodo rural na região e gerando um grande passivo social para a empresa.

Vale do Ribeira: patrimônio da humanidade
Embora localizado em dois dos estados mais urbanizados do País – São Paulo e Paraná - o Vale do Ribeira destaca-se pelo alto grau de preservação de suas matas e por sua grande diversidade ecológica. Seus mais de 2,1 milhões de hectares de florestas equivalem a aproximadamente 21% dos remanescentes de Mata Atlântica existentes no Brasil, transformando-o na maior área contínua desse importante ecossistema em todo o País. Nesse conjunto de áreas preservadas são encontradas não apenas florestas, mas importantes remanescentes de restingas - são 150 mil hectares - e de manguezais - 17 mil hectares.
Em 1999, a Reserva de Mata Atlântica do Sudeste, constituída por 17 municípios do Vale do Ribeira, tornou-se uma das seis áreas brasileiras que passaram a ser consideradas pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura) como Patrimônio Natural da Humanidade. Não é para menos. Em 24 Unidades de Conservação (UCs)integral ou parcialmente inseridas no vale encontram-se espécies raras tal como o cedro, o palmito, a canela, a araucária e a caxeta, além de diversidade de bromélias e orquídeas.
Levantamentos preliminares realizados em algumas dessas UCs encontraram dezenas de espécies ameaçadas de extinção. Entre elas o monocarvoeiro, a onça-pintada, a jaguatirica, o veado campeiro, a jacutinga, o jacaré-de-papo-amarelo e o papagaio-de-cara-roxa, além de 42 espécies endêmicas como o beija-flor rajado, o boto cinza, o zabelê e o mico-leão-da-cara-preta. (O grifo é nosso).
Uma característica singular da região é que as áreas preservadas não se encontram só nos parques e estações ecológicas, mas também em terras indígenas, quilombolas e nos bairros rurais, onde predomina a pequena agricultura de subsistência. A preservação ambiental é a vocação natural do Vale do Ribeira e é a razão pela qual tanto o governo quanto as organizações não-governamentais vêm apostando em projetos de desenvolvimento sustentável na região.
Cavernas e vestígios pré-históricos
No Vale do Ribeira se concentra um dos maiores complexos de cavernas do Brasil, representado por 273 cavidades naturais até hoje cadastradas pela Sociedade Brasileira de Espeleologia e outras tantas ainda não descobertas. Boa parte do grande fluxo de turismo nos municípios de Iporanga e Apiaí se deve a existência de 257 cavernas, gerando importante fonte de renda para a população local. Seu patrimônio arqueológico é também bastante significativo. Ali se encontra a maior quantidade de sítios tombados do estado de São Paulo - 158 no total - que atraem turistas e pesquisadores. Entre esses locais, destacam-se 75 sítios líticos (de pedra), 82 sítios cerâmicos, 12 sambaquis, 12 em abrigos/grutas e 3 cemitérios indígenas.
Pesquisas arqueológicas indicam vestígios de agrupamentos humanos que teriam se estabelecido na região há 12 mil anos.
Ficha técnica do Vale do Ribeira

Localização: entre as regiões sul do estado de São Paulo e norte do estado do Paraná abrangendo a Bacia Hidrográfica do rio Ribeira de Iguape e o Complexo Estuarino Lagunar de Iguape-Cananéia-Paranaguá.
Área: 2.830.666 hectares.
População: 481.224 habitantes (Censo do IBGE/2000).
Número de municípios: 31 (9 paranaenses e 22 paulistas).
Existem ainda outros 21 municípios no Paraná e 18 em São Paulo que estão parcialmente inseridos na Bacia Hidrográfica do Ribeira.
População na área rural: 37,58% da população total.
Principal atividade econômica: agricultura da banana e do chá preto e pesca.


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