quinta-feira, 24 de abril de 2008

Animal sem dono fica 90 dias no corredor da morte

Animal sem dono fica 90 dias no corredor da morte
Centro de Zoonoses teme superlotação; por dia, 15 bichos são sacrificados.



Veterinário Luis Flávio Amaral ao lado de animais que foram abandonados: Centro de Zoonoses recebe 20 animais por dia.

Cachorros e gatos sem dono vão entrar no corredor da morte 90 dias depois de serem capturados.

A nova lei, sancionada semana passada pelo governador José Serra (PSDB) vai obrigar municípios como Rio Preto a intensificar medidas para controle da superpopulação de animais abandonados, como a castração e campanhas de adoção.

Em Rio Preto, por exemplo, os animais abandonados são sacrificados em, no máximo, três dias.

O Centro de Controle de Zoonoses, com capacidade para 40 animais, já prevê falta de espaço. Por dia são recebidos 20 cães e gatos e 15 são sacrificados.

“Vai chegar uma hora que não teremos mais espaço. Se isso acontecer, provavelmente vamos precisar parar de receber esses animais”, diz o veterinário do Centro de Zoonoses Luis Flávio Amaral.

Um dos objetivos da lei é permitir que animais, incluindo cães ferozes, como os pit bulls, sejam socializados. Outro objetivo é estender o prazo para que o animal ganhe um novo dono.

Além de uma possível superlotação de animais abandonados, a Arpa (Associação Rio-pretense de Proteção aos Animais) aponta o risco de proliferação de doenças.

Maria Cristina dos Santos, presidente da Arpa, diz que vai marcar uma reunião com o prefeito para discutir a implementação da lei e aplicação de medidas que evitem a superlotação e o abandono de animais domésticos.


Falta estrutura em Mirassol
Em Mirassol, a realidade é outra. Não há Centro de Controle de Zoonoses na cidade. A Ampa (Associação Mirassolense de Proteção aos Animais) assumiu o serviço de receber os animais abandonados na cidade. Por falta de estrutura, nenhum animal é sacrificado.

Os animais abandonados são colocados em um barracão improvisado fornecido pela prefeitura. Um funcionário cuida de 140 animais.

“Antes pegávamos os animais da rua, mas agora esta impossível. São muitos animais para pouco espaço e recurso”, diz a presidente da Ampa, Dalva Francisco de Oliveira.

Ela afirma que é preciso intensificar e incentivar a doação de animais.

Por dia, a associação recebe de quatro a oito animais e há quatro meses nenhum é adotado. “O espaço está superlotado. Não sei até quando vamos conseguir receber.”
Daniele Trindade
Da Agência BOM DIA
José Carlos Moreira/Ag. BOM DIA

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