sexta-feira, 25 de abril de 2008

Cientistas criam plano para salvar animais exóticos de Madagascar

Cientistas criam plano para salvar animais exóticos de Madagascar
Uma equipe internacional de pesquisadores desenvolveu uma nova técnica que aponta áreas-chave de biodiversidade e determina um novo método para a conservação de espécies na ilha de Madagascar.


Madagascar é considerada um santuário para espécies únicas. Mais de 80% das espécies conhecidas da ilha não podem ser encontradas em nenhum outro lugar do mundo.

Os pesquisadores, liderados por biólogos da Universidade da Califórnia, Berkeley, incluíram em sua análise 2,3 mil espécies encontradas na ilha de 587 mil quilômetros quadrados, localizada no Oceano Índico.

Além dos lêmures, a equipe também analisou espécies como formigas, rãs, borboletas, lagartos e plantas. Todas as espécies foram analisadas e foi desenvolvido um mapa de prioridades em conservação. Os resultados foram publicados na revista Science.

"Biólogos e os responsáveis por políticas ambientais nunca tiveram as ferramentas que permitiam a análise de uma variedade tão grande de espécies, em uma escala tão precisa, em uma área geográfica tão grande", disse Claire Kremen, bióloga conservacionista da Universidade da Califórnia, Berkeley, e uma das autoras da pesquisa.

Programa especial

Uma grande equipe de pesquisadores coletou informações detalhadas para saber a localização exata de milhares de espécies de plantas e animais em toda a ilha.

Os pesquisadores usaram então um programa especialmente desenvolvido para este projeto pela AT&T, para fornecer estimativas da variedade completa de cada espécie.

Pesquisadores da Universidade de Helsinque, na Finlândia, também desenvolveram um programa de otimização, para identificar quais regiões da ilha eram mais vitais para salvar o maior número de espécies.

Segundo os pesquisadores, espécies que passaram por uma perda proporcionalmente maior de habitat, devido à devastação da floresta, eram consideradas prioridade no plano de conservação, pois estavam em maior risco de extinção.

"Preservar a biodiversidade em meio a grandes pressões como a destruição de habitat e o aquecimento global é um dos grandes desafios ambientais para a humanidade no século 21", disse Claire Kremen.

Novas descobertas

Segundo algumas estimativas, cerca de metade das espécies de plantas do mundo e 75% das espécies de vertebrados estão concentradas em áreas-chaves de biodiversidade que compreendem apenas 2,3% da superfície da Terra.

Madagascar, um país em desenvolvimento na costa sudeste da África, é uma das mais valiosas regiões para este tipo de biodiversidade.

"A diversidade de Madagascar ainda não foi bem compreendida, pois um grande número de espécies foi descrita apenas recentemente e novas descobertas são feitas todos os anos", afirmou outro autor do estudo, David Vieites, pós-doutorando do Museu de Zoologia Vertebrada da Universidade da Califórnia, Berkeley.

"Por exemplo, desde que nosso estudo começou, há três anos, cerca de 50 novas espécies de anfíbios foram descobertas. Infelizmente, por causa da alta taxa de destruição de habitat, grandes números de espécies serão extintas, antes que os cientistas tenham a chance de documentá-las", acrescentou.

A equipe entregou os resultados da pesquisa para o governo de Madagascar, para ajudar na elaboração da estratégia de conservação do país.

Em 2003, o governo do país anunciou o plano de triplicar o tamanho da rede de áreas protegidas para a melhor conservação da flora e da fauna.

Segundo os cientistas, o modelo usado pode ser facilmente transferido para outras regiões de alta prioridade de conservação no resto do mundo.

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