quarta-feira, 3 de junho de 2009

Protetores de animais criticam ‘olho biônico’

Protetores de animais de Bauru criticam o ‘olho biônico’ dos funcionários do CCZ, responsáveis por avaliar os sintomas de doenças em animais e determinar ou não o sacrifício deles. “Não tem teste, não tem nada.


Eles olham e já sabem que é leishmaniose, são maravilhosos”, comenta ironicamente Maria Dolores Barbosa Gomez, da União Internacional Protetora dos Animais (Uipa). Críticas com esse conteúdo são antigas.

O volume de eutanásias no primeiro trimestre deste ano também parece exagerado para Damair Pereira Almeida, da Sociedade de Proteção Ambiental Mountarat. Para ela, a questão extrapola o poder público. “A população acha que bicho não sente dor, serve só para cuidar de quintal. Se morrer, é descartado e põe outro. É pior que brinquedo. Não gasta nada para tê-lo. Ganha ou negocia”, avalia Damair. Esse tipo de gente descarta na rua animais com problemas de saúde.

Há quem os comercialize doentes mesmo. “Tem um vendedor de animais que põe cachorra para cruzar quando ainda está amamentando. Vai uma cria atrás da outra. Quando o animal definha, não tem mais alternativa, ele oferece. Estou com uma cachorra que de tanta cria não tem mais imunidade para continuar vivendo. A gente denuncia e o CCZ não faz nada”, critica. Nessa mesma questão, Maria Dolores aponta o CCZ como omisso.

“A população animal chegou a esse estado por conta de descuido. Foi um tempo muito grande de omissão. Hoje fazem autuações”, informa. No ranking de inspeções zoosanitárias do CCZ, a segunda maior razão de deslocamento das equipes por conta de reclamações diz respeito a animais domésticos, situação que envolve inclusive maus tratos. “Tem que constatar a irregularidade e notificar a pessoa a solucionar o problema. Caso contrário, a gente pode inclusive retirar o animal dela”, explica o diretor da Vigilância Sanitária de Bauru, Flávio Tadeu Salvador.

Neste caso, o animal pode ser levado ao CCZ e colocado para adoção, o que acontece em menos de 10% dos casos. Na maioria dos casos, o cidadão faz a adequação exigida. Nos primeiros três meses deste ano, foram 425 queixas envolvendo animais domésticos, o que representa 9,75% do total de inspeções realizadas pelo CCZ. “Um dos princípios para adotar um animal é todo mundo naquela casa querer. Geralmente a gente vê o contrário”, conclui Salvador.

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