terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A MORTE DE CAVALOS NA CAVALGADA DO MAR

REPERCUTE NO RGS A MORTE DOS CAVALOS


Ruy Gessinger
Não sou veterinário. Mas sou um homem que agora se pode dizer que é campeiro. Não atiro laço, nem gineteio, mas ando prudentemente a cavalo, que é a única maneira de controlar uma fazenda, ver aquele terneiro abichado, notar aquela trama quebrada, constatar se o campo está baixo demais.

Aprendí a respeitar cavalos e éguas. Nunca monto nos meus preferidos sem antes amanunciá-los, falar com eles, dar-lhes minha mão para que cheirem. Nunca os desencilho sem antes dizer-lhes obrigado pela carona, amanunciá-los de novo, dar-lhes um belo banho e os soltar no potreiro. Nunca os deixo sem um milho amigo no inverno. E nas noites de geada os faço pousar na cocheira.

Nunca os exijo mais do que se deve. São mamíferos como eu. Têm uma capacidade pulmonar que tem limites. Cavalo de campo é uma coisa, cavalo de cidade é outra. Minha filha Milène tinha uma égua, que depois veio para a fazenda, que morava num hotel de cavalos em Gravataí: ela tinha medo de poças d’água. Ela não tinha nunca visto gado antes e se assustava. Mas hoje conhece de tudo e é flor de campeira. Cavalo de cidade é uma coisa, cavalo de prado, de carreiras é outra.
Ora, esses cavalos que participam das cavalgadas não tem lidas diuturnas de campo, passam o ano meio inativos. E eu acho uma desumanidade, um absurdo alguém estropiar um pobre animal, que passa o ano meio parado. Acho errado, sem prévio treinamento e adptação, deixar esses animais andando por horas e horas sob o sol.
Na minha lida na fazenda, após andar uma légua, sempre apeio e deixo o animal descansar.
Humildemente e por amor aos cavalos e éguas peço aos comandantes de cavalgadas que instruam o pessoal e não permitam excessos.

Lamento demais o óbito desses pobres bichos e , pelo que já vi ( eu não participo de cavalgadas, eu campereio na minha propriedade a serviço) até são poucas as mortes.
(Dedico essa crônica aos pobres cavalos das cidades grandes.)

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