sábado, 7 de agosto de 2010

Conhecendo um pouco sobre identificação de cavalos - Chipagem

Desde o início da civilização, os humanos têm procurado meios de identificar os animais.p>



Uma primitiva identificação equina consistia numa simples descrição escrita ou num gráfico desenhado (resenha) do animal, algo que persiste até hoje. Marcação a ferro quente, criada pelos colonos espanhóis no século XIX, foi adotada por donos de ranchos no Ocidente.

Tatuagem no lábio, também difundida a partir do século XIX, primeiramente foi usada pelas forças armadas norte-americanas e, posteriormente, por proprietários de cavalos de Corrida.
No século XX foi descoberta a marcação a frio, que é feita com Nitrogênio líquido. O ferro é mergulhado no gás a 160 ºC negativos. No local da marcação os pelos do cavalo são aparados
e a região é limpa com álcool. Em animal de pelagem escura, deve-se permanecer com o ferro em contato com a pele por cerca de 10 a 20 segundos, enquanto os de pelagem clara, de 40 a 50. Nos Estados Unidos, os Mustangues são marcados no lado esquerdo do pescoço.

A necessidade de identificação fácil e permanente é preocupação básica da indústria equestre, pois os métodos padrões utilizados são rudimentares e incompletos. A falta da mesma conduz à dificuldade de solução em casos de roubo, perda de cavalos e até controle veterinário e zootécnico de animais em eventos. A identificação de cavalos também é importante durante surtos de doenças infecciosas graves, como ferramentas oficiais de busca para determinar quais animais viajaram, para onde foram, e as quais doenças foram expostos.

O uso de resenhas para identificação de cavalos, carteira de vacinas e cadernetas de campo estão com os dias contados. O mercado veterinário e zootécnico brasileiro vem absorvendo novas tecnologias de ponta. A atualização se faz necessária para evitar fraudes. Assim, foi desenvolvida a tecnologia de microchipagem, que nada mais é do que um método imparcial de identificação que pode ser utilizado em associação às marcas naturais, como idade, sexo, raça e pelagem.

A identificação por marcas naturais - marcações, brincos, etiquetas, microchip interno ou derivados de códigos da íris e da retina, são chapas de identificação que dão ao portador uma característica única. O baixo custo, a praticidade e o fato de ser um método indolor são os diferenciais do microchip em relação aos outros métodos.

Em vários países é obrigatório o uso de microchip em cavalos. Não levará muito tempo para que o exemplo seja seguido no mundo todo. Em curto prazo, tal identificação será útil para outras finalidades, bastando apenas um leitor e um computador. Também será possível, por exemplo, controlar todo o histórico do cavalo.

Com o rápido avanço da tecnologia, o papel dos computadores nos negócios e na prática veterinária se tornará vital. Através de programas de última geração, pode-se colocar dados como nome, resenha, pelagem, idade, controle clínico, raio-x, ultrasson, eventos presentes, antidoping e outros dados para o total controle do animal.

Será um passo significativo até para efeito de exportação. A grande vantagem no uso do microchip é a marcação permanente, pois não é possível removê-lo. Além disso, o mesmo dura até 100 anos e tem garantia de unicidade. O microchip É um transponder constituído de um código exclusivo e inalterável, gravado a laser, encapsulado em vidro cirúrgico, microrevestido em capa de Polipropileno biocompatível e anti-migratório, com tamanho aproximado de um grão de arroz.

O pequeno tamanho (aproximadamente 11,5 mm x 02 mm) e a forma permitem que ele seja injetado no animal com uma seringa ou aparelho similar análogo aos utilizados para aplicar vacinas. Após a injeção, o microchip permanece com o animal por toda a vida, fornecendo o número de identificação individual toda vez que o mesmo for scanneado por uma leitora de identificação eletrônica compatível.

É importante lembrarmos que este equipamento não carrega bateria e permanece inativo a maior parte do tempo. O pequenino circuito eletrônico do transponder é energizado somente quando recebe frequência de rádio de baixa potência enviada por aparelho de leitura compatível. O papel passivo do micro chip dá a ele durabilidade por toda a vida do animal.
O transponder envia o número de identificação como um sinal de rádio de volta ao scanner, que decodifica o mesmo, mostrando-o numa pequena tela, similar a de uma calculadora.

Experimentos a campo, feitos em cavalos, entre os anos de 1985 e 1990, revelaram que os transponders são fáceis de ser implantados através de agulha de calibre normal. Tais estudos também demonstraram que o vidro biocompatível pode ser injetado de maneira segura nos tecidos equinos, tendo mínima (ou nenhuma) irritação tecidual. Embora problemas de migração do tecido tenham sido encontrados no início, os pesquisadores descobriram que adicionando uma cápsula antimigratória ao transponder, tudo correria bem. A leitora é um aparelho de rádio frequência compacto, operado à bateria, fácil de usar, que lê e identifica microchips.

Toda operação é feita por um simples botão de função, programável no campo, com possibilidade de ler futuros transponders. A antena da leitora é projetada para circundar o transponder num campo de alta intensidade magnética. Isso otimiza a performance de leitura com o transponder sob qualquer orientação. A unidade é leve e pode ser convenientemente guardada.

Leitoras portáteis variam em tamanho e potência. Virtualmente, todas elas operam com baterias, tanto recarregáveis como descartáveis. A potência do sinal do scanner é menos que um milésimo de Watt, que é bem menos que a transmitida por um rádio de criança de duas vias (walkie-talkie). Isso permite aos scanners serem operados virtualmente em todos os países como um aparelho de rádio de baixa potência que não requer licenciamento local.


Quem já está usando
A Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), a partir de 2010, aceitará registro somente de animais chipados. Devemos nos atentar ao fato de que os cavalos de Rédeas, que possuem passaportes para competições internacionais, sendo registrados pela entidade, necessitam da identificação.

Na Terra do Tio Sam vários Estados já utilizam o implante de microchip para identificação dos cavalos. O programa de controle de AIE (Anemia Infecciosa Equina), na Lousiana, por exemplo, tem aplicação bem sucedida do implante de microchip. Tal identificação passou a ser sistematizada após verificarem que a mesma era prática, barata e funcional. Lá, eles já chiparam 100 mil equinos.

Vários haras no Brasil que exportam cavalos, bem como algumas associações de raça já implantaram o sistema de chip para controle dos animais. A ABRECAM (Associação Brasileira dos Exportadores do Cavalo de Marcha) e o Marchador Pampa estão utilizando o microchip para identificar seus exemplares, devido à necessidade de ter um sistema prático e seguro.

A Associação Brasileira de Criadores de Cavalos de Hipismo, a partir deste ano, está chipando todos os potros nascidos em 2009. A identificação é única. Uma vez que o animal é chipado, o número é intransferível e mundialmente reconhecido. Alguns centros de controle de zoonoses, como Sorocaba, Vale do Paraíba, Guarulhos e Ribeirão Preto passaram a contar com o auxílio da tecnologia para identificar equinos capturados em vias públicas.

Inúmeros países, como Estados Unidos, Inglaterra, Irlanda, França, Japão, Alemanha, África do Sul e Austrália já utilizam a identificação via chip em cavalos de Corrida. Os criadores brasileiros de Puro Sangue Inglês, com o intuito de agregar novas tecnologias ao controle de registro genealógico, bem como valorizar o produto nacional no exterior, também estão implantando o sistema.

A Diretoria da ABCPCC (Associação Brasileira de Criadores e Proprietários de Cavalos de Corrida) decidiu pela implantação de microchip nos animais nascidos a partir de 2008. É importante salientar, que após estudo sobre o tema, decidiu-se pela utilização da Tecnologia Destron, pois além de ser a mais utilizada pelas entidades congêneres do mundo, é a que apresenta a melhor relação custo x beneficio.

Instituições de renome, como NAIS (National Animal Identification System) e AQHA (American Quarter Horse Association), também já fazem uso da microchipagem. Em alguns Estados norte-americanos, a identificação permanente dos equinos em feiras e eventos é obrigatória. Isso contribui na rastreabilidade e no controle de doenças. Por fim, gostaria de ressaltar que estamos diante de um ato sem volta, ou seja, de uma modernidade que veio para suplantar um velho modelo de identificação. Acredito que a revista Tambor & Baliza seja um dos primeiros veículos de imprensa a falar sobre o assunto.

O mesmo pioneirismo tem a Clínica Itapema, que está disponibilizando ao mercado nacional o melhor sistema que há no mundo. Portanto, se você quer sair na frente, não deixe de pesquisar sobre o assunto. Para tirar dúvidas e prestar esclarecimentos, coloco-me à disposição.

*Dr. Hélio Itapema é titular da Clínica de Equinos Itapema. Contatos: (11) 9528-1710
www.clinicadeequinos.com.

Fonte:http://www.tamborebaliza.com/edicoes_int_materia.asp?id_tb_edicao_materia=56&id_tb_edicao=48

Fonte:ABTB






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