quarta-feira, 14 de março de 2012

Sem dinheiro, dono pode perder cão que impediu família de entrar em casa - São Sepe/RS.

A construção de um canil que custa cerca de R$ 500 é o que impede o cachorro Urso de voltar ao convívio com o dono. O cachorro é o mesmo que impediu a família de entrar em casa, em São Sepé, no centro do Estado.

Eletricista Vanilton Benites cria o cachorro desde as primeiras semanas de vida Foto: Luís Garcia / Divulgação

A relação de amizade entre Urso e o dono comove funcionários do Centro de Controle de Zoonoses de São Sepé, onde o cão está recluso há 21 dias, depois do incidente, em fevereiro. Resultado da cruza entre uma mãe pitbull e um pai rottweiler, Urso foi criado desde as primeiras semanas de vida pelo eletricista Vanilton Benites, 54 anos. Em três anos de vida, o cão nunca causou ameaça alguma. O problema só surgiu quando Benites foi trabalhar em uma empresa de Santa Maria. Longe do dono, Urso ficou agressivo, soltou-se da coleira e virou uma ameaça para a família e a vizinhança do bairro Kurtz, em São Sepé. Com medo do animal, a irmã de Benites trancou o cachorro na residência da mãe deles. O caso ganhou repercussão e o animal acabou levado para o abrigo, onde está sendo acompanhado por adestradores e veterinários. Foi aí que a amizade entre Benites e Urso passou a chamar ainda mais a atenção. Com frequência, Benites percorre a pé, ou com uma bicicleta emprestada por amigos, uma distância de quase três quilômetros para visitar o cachorro. A agressividade de Urso se desfaz quando ele vê o dono. O animal pula, brinca e se refestela – praticamente incorporando a doçura de um poodle. — Quando ele não pode vir, liga para saber sobre o cachorro. É bonito ver a relação deles e a transformação do Urso quando o dono chega. Vira outro cachorro. Nem de perto é aquele cão agressivo que assustava a família — conta Claudia dos Santos, coordenadora do canil. — Quando fui lá pela primeira vez os tratadores me perguntaram se eu tinha coragem de entrar no canil onde ele tava. Disse que sim. Como não entraria? O cachorro é meu desde pequeno. Está acostumado comigo — relembra Benites. O reencontro definitivo só não acontece devido à falta de condições na residência da família. Para liberar o retorno do cachorro, Claudia exige um canil adequado. A estrutura proporcionaria conforto a Urso, além da garantia de que ele não se tornasse uma ameaça aos moradores. — Eu tenho um espaço no fundo do pátio, com sombra de uma árvore, onde poderia construir o canil. Mas mesmo com o preço mais baixo que consegui em alguns materiais, sairia em torno de R$ 500. Não tenho esse dinheiro — afirma o dono do animal. Se não puder retornar para casa, Urso pode, até mesmo, ir parar em um presídio do Estado. — Já liguei para mais de cem presídios e penitenciárias para que o Urso integre os canis desses locais, sendo usado na guarda. Mas os espaços também estão todos cheios. Se o dono não conseguir levá-lo, vai ter que ir ficando por aqui, até que a gente encontre um destino para o Urso — explica Claudia. A situação de Urso Recluso há 21 dias no Centro de Controle de Zoonoses de São Sepé, o cão está sendo acompanhado por adestradores e veterinários. Urso só retornará para casa se um canil for construído, garantindo o conforto do animal e a segurança da família e dos vizinhos. Caso retorne para casa, Urso será acompanhado periodicamente por veterinários e adestradores. Se voltar a ameaçar devido à agressividade, será recolhido novamente. Se o dono de Urso não conseguir o resgatar devido à falta de condições para abrigar o animal, ele será destinado para adoção. Um destino provável são presídios que utilizam cães de raças mais agressivas na segurança dos pátios. Roberto Witter roberto.witter@zerohora.com.br

2 comentários:

por LOURDES SPRENGER disse...

Se for somente a construção de um canil certamente a rede de proteção animal não deixará que o Urso seja doado e/ou encaminhado para presidios e retornará ao lar aonde foi criado e conforme a noticia se transformou quando o responsável foi prestar serviços fora da cidade.Telefone da Prefeitura de São Sepé: 55 32331742.
Os profissionais do CCZ de São Sepé demonstraram dedicação e estão dando um bom tratamento ao Urso. É isto que se espera de todos os gestores em relação aos animais que são tão desprotegidos.

por LOURDES SPRENGER disse...

Se for somente a construção de um canil certamente a rede de proteção animal não deixará que o Urso seja doado e/ou encaminhado para presidios e retornará ao lar aonde foi criado e conforme a noticia se transformou quando o responsável foi prestar serviços fora da cidade.Telefone da Prefeitura de São Sepé: 55 32331742.
Os profissionais do CCZ de São Sepé demonstraram dedicação e estão dando um bom tratamento ao Urso. É isto que se espera de todos os gestores em relação aos animais que são tão desprotegidos.