segunda-feira, 17 de março de 2008

Associação protesta frente à embaixada contra morte de focas bebés

Animais: Associação protesta frente à embaixada contra morte de focas bebés no Canadá

Lisboa, 14 Mar (Lusa) - Cerca de uma dezena de activistas da Associação de Defesa dos Direitos dos Animais ANIMAL manifestaram-se hoje em frente à embaixada do Canadá em Portugal, em Lisboa, para denunciar o abate de focas bebés naquele país para fins comerciais.


"Este massacre acontece desde há vários anos e dentro de 13 dias iniciar-se-á o massacre de cerca de 275 mil focas bebés com três a quatro semanas de vida, naquele que é conhecido como o maior massacre de animais, considerados de caça, do mundo", afirmou Miguel Moutinho, presidente da ANIMAL.
A acção de protesto, integrada numa campanha internacional, foi motivada pela decisão do Governo canadiano de aumentar as quotas de caça às focas em 2008 para 275.000 animais, depois de essas quotas terem baixado de 325.000 focas em 2006 para 250.000 em 2007.
De acordo com acordo com Miguel Moutinho o aumento do número de animais que poderão ser mortos "ameaça a renovação da espécie".
Segundo o presidente da ANIMAL o Governo canadiano "acusa as focas de destruir as reservas de peixe na zona, quando na verdade é a sobrepesca que o provoca e a este pretexto estes animais são dizimados numa proporção tremenda".
Quando questionado sobre o argumento utilizado pelo ministro canadiano das Pescas e dos Oceanos, Loyola Hearn, que justificou o aumento de quotas por considerar que a caça à foca é "uma actividade económica para numerosas comunidades rurais nas zona do Canadá atlântico, Quebeque e o no Norte" Miguel Moutinho é peremptório ao afirmar que "essa é uma falsa desculpa que o governo do Canadá utiliza".
O presidente da ANIMAL refere, no entanto, que apenas cerca de um por cento das quotas autorizadas estão destinadas a caçadores tradicionais e afirma que "a grande caça às focas tem por fim a utilização comercial do pêlo de foca".
O pêlo de foca é, de acordo com Miguel Moutinho, comercializado essencialmente na Europa, nos mercados de moda, "é essa uma das razões principais para que este massacre aconteça e esteja a ser fortemente apoiado pelo governo canadiano".
Tal como a ANIMAL, várias associações de defesa da vida animal reagiram com críticas, entre elas o Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal (IFAW), que em comunicado considerou que "não há absolutamente qualquer justificação para este aumento de quota. A ciência não o enquadra, os mercados não podem aceitá-lo e o público canadiano não o apoiará."
A caça à foca no Canadá centra-se em duas regiões junto à costa atlântica, uma delas se a Norte da Terra Nova e a outra, um pouco mais a Sul, no estuário do Rio São Lourenço.
De acordo com as últimas estimativas, a população de focas em território canadiano ronda os 5,5 milhões de animais.

MFZN

Lusa/Fim

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