Liste seus bichos de estimação

Liste seus bichos de estimação

Ter animais de estimação, seja um cachorro, peixe ou gato, é comum entre as pessoas. Melhora a auto-estima, estimula o senso de responsabilidade e alegra qualquer casa. Mas criar um animal silvestre como de estimação, na maioria das vezes, é crime, pois as chances desses bichinhos serem adquiridos no mercado informal são enormes, já que o número de espécies e de estabelecimentos autorizados são reduzidos. Dados do Ibama apontam o crescimento do tráfico de animais silvestres, inclusive no Rio Grande do Norte. Em 2006, o estado registrou apreensão de mais de 700 animais, já em 2007 esse número pulou para 2.100 animais apreendidos na mão de traficantes.

Para tentar regulamentar a criação e comercialização desses animais, e consequentemente coibir o tráfico, o Ibama está disponibilizando para Consulta Pública uma lista contendo 54 espécies da fauna silvestre nativa. Até 6 de abril, a população pode acessar o site da instituição (www.ibama.gov.br) e enviar sugestões por e-mail, com as espécies a serem incluídas ou excluídas.

Segundo a analista ambiental Ivelise Porcino da Costa, responsável pela área de fauna do Ibama/RN, a consulta foi criada para preservar e conservar as espécies nativas, além de barrar a entrada de animais exóticos no país. A determinação faz parte da Resolução nº 394, de 6 de novembro de 2007, criada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que deu o prazo de seis meses, a vencer em maio, para que o Ibama publicasse a lista de espécies que poderão ser criadas e comercializadas como animais de estimação.
A novidade tem gerado dúvidas, inclusive entre profissionais da área. A idéia é legalizar a comercialização a partir da publicação final das espécies e não oficializar a criação de quem já possui um animal silvestre em casa. ‘‘A elaboração da lista não significa que as pessoas que têm esses animais vão poder regularizar a situação’’, alertou Ivelise. A questão é que sendo criados em ambiente doméstico ou não, esses animais continuam sendo considerados silvestres e precisam de autorização do órgão ambiental para serem comercializados.
O Ibama já possui uma outra lista, com 47 espécies catalogadas e consideradas domésticas, entre elas o periquito australiano, a calopsita, coelho, hamster e chinchila, sendo encontradas em lojas especializadas. Segundo Ivelise Porcino, mais importante que adquirir um animal silvestre de forma regularizada é ter a consciência de que ele precisa de cuidados diferenciados. O que na maioria das vezes se torna um problema.
Na sede do Ibama/RN, em Natal, há um espaço reservado para manter animais apreendidos em feiras ou que foram abandonados por seus donos. Atualmente são 34 macacos-prego, nove araras de quatro espécies diferentes, papagaios, saguis e até uma tartaruga africana, que mede 83 centímetros por 49 centímetros de largura e pesa 48kg. Nenhum deles foi adquirido de forma legal e não se adaptam mais a seu habitat natural.

KARINE BRITO
DA EQUIPE DE O POTI
Fonte:Diário de Natal