Uma unidade de tratamento de subprodutos de origem animal, equipada com o primeiro crematório em Portugal de cadáveres de animais domésticos e selvagens, começou hoje a funcionar em Beja, num investimento de um milhão de euros.
A unidade da empresa Ambimed está instalada no Parque Ambiental da Associação de Municípios Alentejanos para a Gestão do Ambiente (AMALGA), situado a 11 quilómetros de Beja.
O projecto inclui o "primeiro crematório em Portugal criado especialmente para fazer incineração dedicada de cadáveres de animais domésticos e selvagens, de acordo com a nova legislação nacional e comunitária", explicou hoje à agência Lusa José Manuel Palma, da Ambimed.
Com capacidade para cremar "entre 500 a 700 quilogramas" de resíduos por hora, o crematório vai incinerar cadáveres de animais provenientes de particulares, canis municipais, clínicas veterinárias, zoológicos, circos, laboratórios de investigação veterinária e instituições ligadas à vida animal.
O crematório, frisou o responsável, vem responder à "necessidade premente" de encontrar soluções para cumprir o regulamento europeu que entrou em vigor em Portugal e que estabelece regras sanitárias relativas aos subprodutos animais não destinados ao consumo humano.
Antes, lembrou, "os cadáveres de animais de companhia, como cães e gatos, eram classificados como resíduos sólidos urbanos e depositados nos contentores de lixo normais, com grandes riscos de contaminação biológica".
"A maior parte das pessoas ainda não sabe, mas, actualmente, há legislação que obriga à imediata incineração do cadáver de um animal doméstico, devido ao potencial risco de contaminação biológica", disse.
Além do crematório, a unidade inclui também um sistema de gestão integrada de outros subprodutos animais, como restos de carne e de pescado provenientes de talhos e peixarias, em estabelecimentos específicos ou integrados em mercados ou super e hipermercados.
O sistema de gestão faz a recolha dos subprodutos animais no produtor e o armazenamento temporário em câmaras frigoríficas até serem encaminhados para transformação em farinhas ou rações.
A unidade de tratamento de subprodutos de origem animal juntamente com a unidade de tratamento de resíduos hospitalares, também da Ambimed e a funcionar no parque ambiental da AMALGA deste 2004, formam o primeiro centro integrado de tratamento e gestão de materiais de risco biológico em Portugal.
O centro, num investimento total de 1,6 milhões de euros, além de "dar resposta às exigências da nova legislação" comunitária e nacional, "integra, no mesmo local, dois tipos de tratamento para diferentes tipos de materiais de potencial contaminação biológica", salientou José Manuel Palma.
A unidade de tratamento de resíduos hospitalares do Grupo III inclui um sistema de autoclavagem, que descontamina e esteriliza o material através da sua exposição a vapor de água sob pressão e a altas temperaturas.
Fundada em 1996, a AmbiMed apresenta-se como líder em Portugal na área da gestão integrada de resíduos hospitalares, tendo sido pioneira na utilização da autoclavagem como sistema alternativo à incineração daquele tipo de resíduos.
LL.
Lusa/Fim
Agência de Notícias de Portugal, S.A.
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