domingo, 25 de maio de 2008

ATERRO RECEBE ANIMAIS MORTOS

Divisão de Controle de Zoonoses diz que segue regra estadual

Ribeirão Preto recolhe por dia uma média de 30 animais mortos, sendo a maioria cachorros, que são despejados no aterro sanitário, como lixo doméstico. Para a gestora de resíduos Jeane Bordini o envio dos animais mortos para o aterro pode gerar contaminações


de solo e de humanos.

Para a especialista, o ideal seria a cidade dar tratamento de lixo hospitalar a todos os corpos de animais de sangue quente, como pede a norma federal de saúde, pois mesmo inteiros, eles podem conter agentes que não se manifestaram externamente.

“É um absurdo ir para o aterro. Cadáver de animal é um resíduo sólido de saúde, pode disseminar doenças, não é lixo doméstico”, disse Jeane. A DCZ informou que o município segue as regras estaduais de destinação.

Pela resolução paulista, somente os animais que apresentam infecções ou tenham a causa de morte desconhecida precisam ser enviados para tratamento de desinfecção antes do aterramento.

PREVENÇÃO. De acordo com a DCZ, responsável pela coleta dos animais mortos em clínicas veterinárias, carrocinha e em vias públicas e pelo envio deles ao aterro sanitário, grande parte dos óbitos poderia ser evitada com vacinação (feita em clínicas particulares pelo dono).

“Também são comuns canceres e problemas gástricos, por conta da alimentação errada. Ajudaria se os proprietários levassem seus animais periodicamente ao veterinário para uma avaliação”, afirmou Eliana Collucci, chefe da DCZ.

O fato de muitos animais serem encontrados em terrenos baldios ou descartados no lixo comum também é motivo de preocupação.

Além do cheiro, esse tipo de descarte pode causar danos à saúde humana e de outros bichos. “Carcaças de animais são resíduos que poluem o meio ambiente. Existe risco potencial de transmissão de zoonoses, como raiva e leptospirose, além da proliferação de moscas, roedores e outros animais que podem ser vetores”, disse Eliana.

O recolhimento de corpos e a eutanásia de animais agonizantes é feito sem custo pela zoonoses de segunda à sexta, das 7h às 17h, e de finais de semana e feriado até as 12h. Fora desses horários, a pessoa pode por conta própria o animal (embalado em um saco plástico vedado) até o centro de controle. Informações pelo telefone (16) 3628-2778.

No caso de serviço particular de transporte de animais (que custa R$ 25, de acordo com a empresa Cãozinho Móvel), o corpo também é levado para o centro de zoonoses.

87 bichos são atropelados em rodovia

A Polícia Militar Rodoviária registrou 87 atropelamentos de animais nas rodovias da região de Ribeirão Preto neste ano. De acordo com o capitão Jean Charles Zanato, responsável 4ª companhia do 3º Batalhão da PM Rodoviária, foram 371 acidentes do tipo em 2007, pouco mais de um por dia.

“A maioria dos animais atropelados são cachorros, é animal doméstico solto”, disse o capitão. Zanato afirmou que aqueles que moram perto de rodovias devem tomar cuidado com a guarda de animais, pois o dono pode ser processado por contravenção penal de baixo potencial ofensivo se o bicho vier a causar um acidente.

O capitão também alertou para as queimadas perto da estrada, que além de dificultarem a visibilidade na pista, também aumentam as chances de animais correrem para rodovia. “O que a gente solicita é que os motoristas acionem a concessionárias ao se depararem com um animal atropelado, assim ele é retirado e outros acidentes podem ser evitados”, afirmou Zanato. (DC)

Cemitério pode sair do papel

De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente de Ribeirão Preto (SMA-RP), há interesse em ter um cemitério para animais de pequeno porte na cidade. O órgão oferece as diretrizes e a orientação para empresários que estejam interessados em investir em uma áreas desse porte.

“O cemitério para animais é uma atividade licenciável e, com as adequações necessárias para proteger o meio ambiente, seria bem-vindo, porque é uma prestação de serviço que desoneraria o poder público e que serviria aos donos como alternativa ao sistema de valas do aterro”, disse Maurício Figueiredo Júnior, geólogo da SMA-RP. Para mais informações sobre a atividade: (16) 3977-9140. (DC)
DANIELLE CASTRO
Gazeta de Ribeirão
danielle.castro@gazetaderibeirao.com.br

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