quarta-feira, 8 de julho de 2009

Promotor culpa poder público pela omissão em casos de crime ambiental

"Eu não culpo o circo, eu culpo o poder público pela omissão", disse o promotor de justiça de São Gabriel do Oeste, Alexandre Magno Lacerda, sobre o caso do leão africano Alex apreendido no último sábado (04), no circo Barnus.

















Conforme explicou o promotor a principal pergunta é "Por que o poder público se omitiu em relação ao caso?" e a resposta segundo ele, é o problema que segue após a apreensão. "Nós não temos muitos locais para abrigar esses animais, não temos muitos zoológicos, é um processo burocrático complicado. Para conseguir um lugar para o Alex ficar foi difícil, entrei em contato com várias instituições e o Alex teve sorte de ter conseguido um lugar para ficar", contou.

A previsão era que Alex permanecesse por pelo menos um mês aguardando um lar, mas ainda nesta semana o promotor recebeu a resposta de um santuário aceitando abrigar o animal. "Nós conseguimos doações para alimentar o Alex por pelo menos 50 dias, mas não sabíamos por quanto tempo ele ficaria no CRAS", contou Lacerda.

O leão africano será transferido para um zoológico (Rancho dos Gnomos) em Cotia, interior de São Paulo, ainda esta semana. Segundo o promotor, uma equipe do zoológico chega amanhã (09) à Capital para buscar o animal. Antes da transferência, um médico veterinário da equipe fará os exames que atestarão o estado de saúde do animal.

Alex




Assim que entrou na nova jaula, uma das primeiras ações de Alex foi brincar com a areia. Um fato curioso, conforme contou impressionado o promotor, foi que assim que o leão chegou, os outros animais do Centro de Reabilitação de Animais (CRAS) se mantiveram em silêncio provando que ele é o Rei das selvas. "Assim que o Alex chegou, eu vi, um lobinho desmaiou," contou impressionado. Alex também pôs fim a miação noturnas das onças pardas e os cavalos da guarda da PMA.


Zoológicos
Assim que o leão foi apreendido, as autoridades se depararam com uma importante questão "O que fazer com o animal?". A resposta poderia ser simples se houvesse um zoológico no Mato Grosso do Sul. Dada a lotação do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), a criação do zoológico no estado é apontada solução para que a Lei do Circo seja cumprida com mais eficácia e diminuiria a lotação do Centro de Reabilitação.

Hoje, o Centro está com lotação máxima, já que todos os animais apreendidos no Estado são encaminhados para lá, e quase sempre ficam sem destinação digna, como o caso oito onças pardas que há anos aguardam a transferência para um zoológico.

O promotor Alexandre Lacerda se dedica agora à campanha para criar o zoológico em Mato Grosso do Sul. "Se tivermos um zoológico no estado, não teremos problemas em aplicar a lei. E também favorece a educação ambiental, as crianças vão poder ver animais exóticos de perto", contou. Ele afirmou que entrará em contato com o autor da Lei do Circo, deputado petista Paulo Duarte, para pedir apoio a campanha.

Rancho dos Gnomos
O zoológico para onde Alex será encaminhado fica em Cotia, interior de São Paulo, abriga cerca de 400 animais sendo 13 leões, 14 com a chegada de Alex, 1 tigre-de-bengala, 1 onça-parda, 26 macacos, veados-catingueiros, gatos-do-mato, jaguatiricas, bichos-preguiça, emas, mutuns, araras, papagaios, jabutis, eqüino, bovinos, caprinos, suínos e diversos outros animais.

O Santuário Ecológico Rancho dos Gnomos não é aberto a visitação pública, apenas destinado à educação ambiental. “Esse conceito de santuário ecológico ainda está sendo entendido no país. Nós não cobramos por visitas e nem fazemos permuta, pois somos registrados no Ibama com criadores destinados a conservação ambiental e em relação aos leões, somos cadastrados como mantenedores da fauna exótica”, explicou o idealizador do rancho Marcos Pompeu.

No entanto, os interessados podem ajudar o rancho fazendo doações e participando de leilões realizados pelo santuário. Visite a página do projeto para saber mais:www.ranchodosgnomos.org.br.

Fonte:IDEST

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