quarta-feira, 16 de novembro de 2011

União Zoófila foi fundada há 60 anos - Portugal

A compra de animais, em vez da adopção, tem por base vários "mitos", segundo uma das responsáveis de uma recente campanha da União Zoófila, que fez desta iniciativa um marco do seu 60.º aniversário, a comemorar na quinta-feira.


Finalizada na semana passada, a campanha da associação juntou figuras públicas, animais e 'desculpas' normalmente utilizadas por quem os abandona, como serem perigosos ou surdos, babarem-se em excesso, largarem muito pêlo ou causarem alergias. O divórcio dos donos é também um argumento frequente.
Para Tânia Vieira, a iniciativa foi um "marco gigantesco" e uma "chapada de luva branca" ao divulgar as razões dadas pelos donos de animais que querem deixar de o ser.
"Não percebem que um animal é para toda a vida ou pelo menos por 15 ou 16 anos e acham que será tudo fácil", afirmou a voluntária, referindo que os animais são como as crianças: em ambos os casos é necessário educar.
Como antiga aluna da universidade IADE, Tânia Vieira impulsionou a logística de um projevto que se iniciou e terminou com "orçamento zero" graças à boa vontade de todos os envolvidos.
Como voluntária que pretende continuar a ser, a designer conhece a realidade do abandono de animais no albergue da União Zoófila - Ajuda e Protecção aos Cães e Gatos Abandonados e defende a adopção, em vez da compra de animais.
"Compra-se animais por uma questão de mitos", argumentou à Lusa, exemplificando com a definição dos cães labradores como ideais para as crianças ou com a afirmação de que um "boxer é assim e assado", em tom pejorativo.
"É de modas", resumiu Tânia Vieira, relatando ainda que na compra pode-se gastar mais de 400 euros e em alguns casos, quando os animais crescem, acabam abandonados porque "dão trabalho ou despesa".
Para a presidente da União, Luísa Barroso, a legislação deveria ser "eficaz e mais forte", nomeadamente no comércio de animais exóticos, já que "nem um quarto" dos animais importados sobrevive e há casos de "ilegalidade".
A responsável apontou também a necessidade de fiscalização, como, por exemplo, no caso dos pitbulls, que por lei devem ser esterilizados. Há pouco tempo, teve conhecimento de uma situação em que nem o criador nem o veterinário alertaram o dono do cão.
"Há muita falta de informação e jogo de interesses", considerou.
Jornal de noticias


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