Manifestações contra a criação de CCZ em Criciuma/SC

Movimento Defesa da Vida Animal critica Centro de Zoonoses de Criciúma

A instalação do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) em Criciúma continua rendendo polêmicas. Lourdes Sprenger, de Porto Alegre, RS, que faz parte do "Movimento Defesa da Vida Animal", ao ler na Rádio Criciúma a notícia publicada ontem (28) sobre o CCZ, enviou nesta manhã algumas observações sobre a condução do projeto e acusa má gestão do dinheiro público.

Tanto esta manifestação quanto a de um internauta de São Paulo foram passadas para a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Criciúma.

Leia também:
Veterinário dá explicação técnica sobre funcionamento do Centro de Controle de Zoonoses (FOTOS)

Do internauta: Centro de Controle de Zoonoses, em Criciúma? Não, obrigado!

A Rádio Criciúma irá publicar a réplica assim que a receber das autoridades responsáveis pelo Centro.

Leia o que diz Lourdes Sprenger:
"De acordo com a noticia lida na Rádio Criciúma, as autoridades municipais de Criciuma estão administrando diferentemente da Capital Florianópolis. Desde quando é recomendado modernizar e criar Canis Municipais? Desde 1990 a Organização Mundial de Saúde já comprovou que o controle populacional de animais se dá pela esterilização. E ainda, que o exterminio nos canis é muito mais dispendiosos para os cofres públicos.

Me parece mais o chamado popularmente"cabide de empregos". Quanto custará oa municipio esta ação retrógada?

Os animais em canis acabam adoecendo, atrofiados em jaulas e quando não são atacados por outros na prática do canibalismo.

Enquanto a administração municipal de Florianópolis é exemplo de economia aos cofres públicos, a cidade de Criciúma age de forma diferente tentando enganar a opinião pública como se fossem tratar animais em cativeiro por longos anos.

O Ministério Público deveria ser acionado pelas protetoras do estado de Santa Catarina. Quem gasta a verba pública desnecessariamente está promovendo a improbidade administrativa.

Pelo fim do exterminio em canis municipais!
Pela esterilização, vacinação e identificação de animais.

Lourdes Sprenger
Movimento Defesa da Vida Animal
Porto Alegre/RS."

De Belo Horizonte, mais manifestação sobre o CCZ em Criciúma:
"Prezados,
Qero protestar contra a implantação de um CCZ em Criciúma. A cidade vai na contramão das modernas políticas de amparo e defesa dos animais. O certo seria a implantação de uma política de esterilização de cães e gatos, muito mais barata, eficaz e respeitosa com os animais.

Criciúma deveria se inspirar numa recente lei aprovada pelo governo de São Paulo, que prioriza a castração de cães e gatos como forma de controlar a população animal e as doenças transmitidas por estes animais.

Peço veementemente que a proposta de construção do CCZ seja substituída por ações sensatas, modernas e de respeito com os animais. Criciúma merece estar na modernidade e não sob a sombra de projetos sombrios e desrespeitosos.

Att

Patrícia Dutra
BH-MG"

E-mail de Rogério Goulart da Silva, da Universidade Federal do Paraná:
É com desagradável surpresa que tomei conhecimento da informação da criação de um CCZ em Criciúma. Endosso as opiniões de Lourdes Sprenger, de Porto Alegre e Patricia Dutra, de Belo Horizonte, no tocante às políticas de esterilizaçao dos animais. Aqui em Curitiba, com o apoio de alguns colegas e amigos, venho dirigindo parte de meus esforços para conscientizar as pessoas dessa necessidae, a da esterilização. Li, neste periódico virtual, a explicação técnica do veterinário Moacir G. Junior. Com todo o respeito que devemos ao profissionalismo de pessoas dedicadas às questões da saúde, concordo em parte com os argumentos do mesmo. Por que? Tenho vários colegas médicos veterinários cujos argumentos me convencem à adoção de outro tipo de política, a qual venho praticando em prol da saúde dos animais e das pessoas. No meu caso, contribuo não somente com recurso financeiro, mas também com serviço voluntário no atendimento aos animais de rua, bem como de seu encaminhamento para lares adotivos.

É fundamental que a Prefeitura de Criciuma faça existir, isto sim, uma politica radical de informação e instrumentalização simples e baratas, de modo que as pessoas possam tomar conhecimento das causas e consequências de suas atitudes diante do dilema, bem como da importância de seu papel na interação entre seres humanos e animais. A própria UNESC, apesar de não ofertar curso de Medicina Veterinária, poderia, através de políticas de extensão, com os cursos de áreas afins, fazer uso de seus materiais em conjunto com a ação do voluntariado acadêmico (docente e discente) no sentido de esclarecer a população e construir estratégias de ação para atender os problemas dos animais abandonados nas ruas de Criciúma.

Espero que um maior número de pessoas, principalmente da cidade de Criciúma, possa ser esclarecido e protestar contra o engodo chamado CCZ, e que a discussão promova políticas de ação mais sensíveis e eficazes.

Cordialmente,
Rogério Goulart da Silva - Universidade Federal do Paraná
Curitiba - PR"