quarta-feira, 6 de maio de 2009

AUDIÊNCIA NA COMISSÃO DE SAÚDE DA ASSEMBLEIA SOBRE VIGILÂNCIA SANITÁRIA / RS.



Especialista diz que febre amarela requer atenção especial do Estado









Parlamentares e autoridades debateram o combate a doenças transmissíveis

A Comissão de Saúde e Meio Ambiente debateu nesta manhã (6) ações para enfrentar doenças transmissíveis como febre amarela, gripe A - H1N1 (denominada como gripe suína), dengue e leishmaniose. O coordenador de Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul, Francisco Paz, afirmou que dentre estas quatro enfermidades, a febre amarela é a que requer maior atenção do Estado. "As demais estão inseridas em um contexto de tranquilidade", disse. Paz explicou que essas quatro doenças são consequências das atuais alterações ambientais e climáticas.

Como encaminhamento, o presidente da comissão, deputado Gilmar Sossella (PDT), afirmou que vai pedir a autorização dos membros do órgão técnico para elaborar materiais informativos sobre as quatro enfermidades. “A comissão tem o papel de ajudar a esclarecer a população de como enfrentar e evitar essas doenças, pensando sempre na qualidade de vida”, justificou Sossella. O deputado Pedro Westphalen (PP) sugeriu que a AL coloque um posto de vacinação contra a febre amarela nas dependências do Palácio Farroupilha.

Febre amarela
Conforme Paz, a preocupação com a febre amarela deve-se ao alto índice de letalidade, em torno de 48%, e de problemas envolvendo a vacina. Ele recomendou que a vacinação deve ser priorizada para as pessoas que moram na área rural, próximas as matas, rios e lagos, ou que tenham viagens para lugares de risco. “A política de controle da febre amarela no RS vem sendo a de vacinar a população em todos os locais em que estiver comprovada a existência do vírus”, frisou. O coordenador alertou ainda que portadores de HIV e os pacientes imunodeprimidos não devem ser vacinados, assim como pessoas que estejam tomando medicamentos com corticoides.

Paz garantiu que a vigilância está atenta aos deslocamentos de vetores das doenças (animais transmissores). “Em relação à febre amarela estamos monitorando a existência de bugios desde a entrada do vírus no Rio Grande, em 2001”, destacou. Ele afirmou que de outubro do ano passado até maio, o RS teve 18 casos confirmados em humanos e sete mortes, além de dois óbitos confirmados pelo uso da vacina.

Demais doenças
Paz também apresentou um relato atual sobre a Gripe A-H1N1, dengue e leishmaniose. Com relação a gripe A-H1NI, afirmou que não há casos no Estado. E tranquilizou afirmando que o monitoramento e a triagem nos aeroportos e portos estão sendo devidamente realizados. “ Estamos em consonância com as autoridades federais, estaduais e municipais para monitorar pessoas com sintomas da doença e oriundas de locais onde o vírus circula”, assegurou.

Com referência a leishmaniose, Paz reconhece a gravidade do problema que teve como porta de entrada a cidade de São Borja. “Apesar da doença estar sob controle, é preciso ainda ser discutida com a sociedade. O controle implica na eutanásia de cães que estão contaminados. Não há tratamento para esses animais e nem vacina disponível”, disse. Paz recomenda que as pessoas cuidem de seus pátios e lixos orgânicos onde prolifera-se o mosquito palha responsável pela leishmaniose.

Já a dengue está controlada no Estado. “Há dois anos não existem casos da doença. Isso significa que os municípios, a população e as equipes técnicas estão efetivamente conseguindo conter a enfermidade”. Paz lembrou que na Argentina, nessa mesma época, a ocorrência de dengue aumentou bastante. “Esse fato mostra que não é apenas o clima que interfere no controle da doença, mas o trabalho desenvolvido pela população gaúcha e pelas secretarias estadual e municipais da Saúde”, reiterou Paz.

Outras manifestações
O coordenador responsável do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde, Luís Carlos Araújo, afirmou que a população não precisa ficar em pânico com relação a gripe A .“ É um momento de ação, mas também de muita cautela”, declarou. Com relação a febre amarela lembrou que o Ministério da Saúde destacou técnicos para atuarem junto a secretaria estadual.

O diretor da Associação Brasileira da Indústria de Exportação de Carne Suína, Rui Saldanha Vargas, lamentou que o vírus influenza A-H1N1 tenha prejudicado também a cadeia de suínos no Brasil. “A gripe é uma enfermidade dos humanos e o suíno não é responsável pela transmissão. É seguro consumir carne de porco e seus derivados”, enfatizou.

O coordenador do programa de leishmaniose da secretaria da Saúde, Celso Anjos, falou sobre o tratamento da doença. Ele salientou que os órgãos internacionais recomendam que não seja feito tratamento com drogas humanas no cão infectado. “Se alguém tiver tratando o seu animal com drogas destinadas a pacientes humanos, deve ter desviado essa medicação de um posto de saúde pública, ou então está importando remédios irregularmente de outro país. Essa duas situações são casos de polícia”, considerou.

A presidente do Movimento Gaúcho em Defesa dos Animais, Maria Luíza Nunes, criticou a eutanásia de cães afetados pela leishmaniose. Pediu igualmente a revogação da Portaria Interministerial nº 1.426/2008 que proíbe em todo o território nacional o tratamento em cães infectados com produtos de uso humano ou produtos não registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Estiveram presentes na audiência pública os deputados Pedro Westphalen (PP), Carlos Gomes (PPS) e Cassiá Carpes (PTB). Também participam do debate o a coordenadora de Vigilância em Saúde em portos e aeroportos da ANVISA, Inês Mallmann e representantes do Centro Estadual de Vigilância, da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul e de ongs que defendem os animais.

Cassiá Carpes participa de audiência pública sobre leishmaniose e febre amarela


Foto: Alexandre Prates/ Gab. dep Cassiá Carpes
Deputado reforçou a preocupação com a leishmaniose na fronteira

A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa debateu nesta quarta-feira (6) ações para enfrentar as doenças transmissíveis como febre amarela, gripe mexicana (A H1N1), dengue e leishmaniose, que estão deixando em alerta o Estado.

O deputado Cassiá Carpes (PTB) perguntou ao coordenador de Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul, Francisco Paz, sobre o tratamento que o município de São Borja vem tendo em relação aos animais que possuem leishmaniose diagnosticada. Paz afirmou que em São Borja a eutanásia nos cães está correta, pois, segundo ele, este é o procedimento indicado pela portaria do Ministério da Saúde. O parlamentar lembrou que muitas organizações em defesa aos animais estão revoltadas com as mortes dos animais, inclusive já se manifestaram com cartazes e anúncios contra as autoridades.

Francisco Paz reiterou que essa atitude é necessária, já que a principal preocupação é não permitir o avanço da doença em humanos, e complementou lembrando que a construção do canil na cidade será de grande importância para recolher os animais de rua, na tentativa de reduzir o avanço da doença entre os animais.

Também participaram do debate o coordenador responsável do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde, Luís Carlos Araújo; a coordenadora de Vigilância em Saúde em portos e aeroportos da ANVISA, Inês Mallmann; e representantes da Associação Brasileira da Indústria e Exportação de Carne Suína e da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul.

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