O grau de civismo e de formação humana, de um povo e de um país, avalia-se também pela forma como trata os animais, sobretudo os de companhia – cães e gatos.
Em Portugal não existe legislação adequada para quem abandona um animal, nem tão pouco esse animal pode ser identificado como ter pertencido a tal e tal pessoa. As instituições particulares de recolha e tratamento de animais vadios lutam com sérias dificuldades financeiras, porque não há auxilio nenhum da parte do Estado nem das autarquias.
Que resta a um animal abandonado a não ser a fome, a doença e a câmara de gás do canil? Porque se abandona um animal, por exemplo um cão? Porque já não presta para caçar, porque está velho, porque era muito fofinho mas cresceu e começou a dar trabalho e despesa, porque se vai para férias ou se muda de terra, etc..
Para certas pessoas, os animais são como as fraldas dos bebés – descartáveis, meros objectos que se deitam fora quando colidem com os interesses pessoais.
Aquela senhorita comprou uma caniche e enfeitou-a de lacinhos no pelo bem cuidado, dava-lhe, assim, um ar de alta classe. Até que se fartou dela, meteu-se no carro e deixou-a numa estrada a quilómetros de distância. É mentira o que escrevo, ou quantos casos como este condenam um pobre animal que julgava ter encontrado nos donos o seu Deus e o seu amparo?
A Guarda Republicana tem um departamento dedicado a animais em cativeiro, ou nas malhas de traficantes, que os negoceiam clandestinamente, mas isto não basta! A defesa dos animais e a penalidade para quem se provasse mal trata-los, ou abandona-los, deveria fazer parte da própria Constituição da República.
Fonte:Marília Nascimento
O Setubalense
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