Meta é castrar 400 animais por mês em cinco bairros que têm mais bichos errantes na cidade
Após anos de reivindicação de entidades ligadas aos animais e de parte da população, um projeto de castração de animais está sendo executado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) em Caxias do Sul. As cirurgias começaram no dia 9 de setembro e o principal objetivo é conter a superpopulação de cães e gatos errantes na cidade.
— Há muitos anos estudamos esse projeto. Mas toda política de controle de animais é feita a longo prazo e gera custos, obviamente — destaca o veterinário da Vigilância Ambiental em Saúde da SMS, Rogério Poletto.
Ele explica que antes de o programa de esterilização ser iniciado foi realizado uma espécie de censo dos animais por agentes da SMS e uma pesquisa junto às unidades básicas de saúde (UBS).
Com os resultados tabulados, ficou constatado que os bairros da zona norte de Caxias do Sul, como Cânyon, Santa Fé e Vila Ipê, têm maior urgência de controle da superpopulação. Inicialmente, estão sendo esterilizados os animais das famílias cadastradas no Vila Ipê.
— Vimos que nesses lugares havia uma maior incidência de pessoas mordidas por cães. Nossa meta é que sejam feitas cerca de 400 castrações por mês com um custo de R$ 80 por cirurgia para a prefeitura — explica Poletto.
Os procedimentos de esterilização são feitos em uma clínica veterinária credenciada junto à SMS. Os funcionários buscam o animal na casa do proprietário e o entregam castrado no final da cirurgia, geralmente no mesmo dia.
No momento, somente animais cadastrados estão sendo esterilizados, mas Poletto explica que aqueles soltos na rua, possivelmente sem dono, também participarão do processo.
— Não podemos capturar todos, mas sabemos que, na maioria das vezes, sempre há alguém que alimenta os animais errantes. Se alguma pessoa se responsabilizar pelo cuidado pós-operatório desse animal e assinar termo de compromisso, ele também poderá ser castrado — enfatiza o veterinário.
Ele descreve um processo usado em países como a Itália para controlar a superpopulação: os chamados animais comunitários.
Juntamente com a esterilização, o veterinário diz que a parte educativa também está sendo realizada. No cadastramento das famílias e dos animais, as agentes dão dicas e orientações aos moradores sobre qual a melhor forma de tratar e cuidar dos bichos.
— Para tentar controlar a população de cães e gatos, temos que nos basear em pontos como identificação, fiscalização, controle de natalidade, recolhimento e, principalmente, educação — diz.
Os animais castrados não estão sendo identificados, mas, segundo Poletto, já existe estudo de um projeto para compra de microchips, que seriam instalados. Por enquanto, não se saberá qual animal solto na rua está ou não esterilizado.
Número de castrações pode aumentar
Se outras clínicas de Caxias do Sul tiverem interesse em trabalhar no projeto e preencherem os requisitos da Secretaria Municipal da Saúde, devem se credenciar junto à Vigilância Ambiental. Segundo a prefeitura, não há garantia de contratação imediata, mas o interesse ajudará a buscar mais verba para aumentar o número de cirurgias. Telefone para contato: (54) 3214-8421.
Confira reportagem completa na edição de quinta-feira de o Pioneiro.
Curiosidades sobre a castração
- O animal não engorda depois da castração: ela aumenta o apetite do animal, mas cabe ao dono saber dosar a quantidade de alimento.
- A castração não mutila o animal: a cirurgia é simples. Nos machos, são retirados os testículos; nas fêmeas, o útero e os ovários.
- Reduz o câncer de mama em fêmeas: se as cirurgias forem realizadas em fêmeas com menos de um ano de idade, a chance do animal desenvolver o câncer na fase adulta é bem menor quando se comparado àqueles que não foram castrados.
fonte: Caroline Utzig, médica veterinária
Carolina Klóss | carolina.kloss@jornalpioneiro.com.br
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