Apontados como diretores da Urca (União dos Representantes de Criadores Avícolas), cinco pessoas foram indiciadas por crueldade contra animais e formação de quadrilha.
Eles foram descobertos após a desarticulação do esquema de exploração de rinhas de galo flagrado em julho do ano passado.
De acordo com o delegado titular da Decat (Delegacia Especializada de Crimes Ambientais e Proteção ao Turista), Fernando Vila de Paula, foram indiciados hoje: Waldevino José de Amorim, Plínio Roberto Gomes, Alan de Assunção Flores, Harley Ferreira Silvério e Pio Paz de Souza.
Nas investigações, Waldevino figura como presidente da Urca, Plínio como 1º secretário, Alan é o 2º secretário, Harley integra o Conselho Fiscal e Pio é o 2º tesoureiro da Urca.
As investigações indicam que a Urca é uma associação que existe em contrato desde 2001. No período anterior à criação desta União, os apostadores de rinhas formaram a Serca (Sociedade Esportiva Recreativa de Criadores Avícolas), cujo registro data de 1995.
A Polícia conseguiu configurar maus tratos aos animais desde o slogam existente desde a fundação da Serca, que é: “enquanto os galos brigam os homens se confraternizam”.
No regulamento que normatiza o jogo mais evidências da crueldade. “A briga só pára se o animal quebrar a asa no terço superior, se quebrar coxa ou canela ou a fraturar o maxiliar dos dois lados e nas partes superior e inferior”.
“Eles não entendem como crueldade”, afirma o delegado. Fernando explica que, quando questionados se os galos saíam feridos do rebelo, espaço onde as aves brigam, os diretores da Urca são respostas invasivas e destacam que usam esporas “para machucar menos”.
As investigações iniciadas em julho revelam envolvimento de 16 pessoas na exploração das rinhas, quatro foram detidas naquela ocasião e outras cinco indiciadas hoje.
Eles foram enquadrados no artigo 32 da legislação ambiental. “Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos”, configura-se crime a pena prevista é detenção, de três meses a um ano, além de multa.
O primeiro parágrafo também pontua que: “incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos”. Já o 2º artigo da legislação prevê que a pena é aumentada de um sexto a um terço se ocorre morte do animal.
O caso - Em 7 de julho, foram localizados 430 galos que eram usados em rinhas de três chácaras que ficam na região do Bairro Paulo Coelho Machado. No local, a Polícia encontrou uma “mega” estrutura de rinha.
Na ocasião, a Polícia apreendeu um documento, que era usado como estatuto. Matéria publicada pelo Campo Grande News revelou, desde então, parte das regras, que causaram espanto pela gravidade da violência “permitida” pelos apostadores.
Em rinha, o tempo de compate definido é de 55 minutos, com três "refrescos" durante a luta. O estatuto estabelece que "ainda que o galo esteja cortado de bico, ou mesmo furado sem gravidade, não será considerado derrotado", e que "galo de briga não corre de qualquer arranhão.
Fonte: Campo Grande News
CONTINUAÇÃO
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