Dono do terreno e autoridades não sabem quem é o proprietário do animal
Uma vaca, presa em um terreno cercado por arame farpado sem comida e água, está morrendo ao poucos há aproximadamente um mês, no bairro Sagrado Coração de Jesus, em Lages.
A bióloga Caroline Ávila, de 26 anos, é uma das pessoas que procura minimizar o sofrimento da vaca dando água para o animal. Para ir ao trabalho, ela passa pelo local todos os dias e se emociona com a cena que vê desde que o animal foi colocado no terreno. De lá para cá, ela garante ter denunciado o fato a órgãos como a Polícia Ambiental, secretaria municipal do Meio Ambiente e Centro de Zoonoses, mas não teve sucesso.
— A Polícia Ambiental alega que trabalha apenas com animais silvestres e que precisaria identificar o autor dos maus tratos contra a vaca para agir. O Centro de Zoonoses afirma que só trabalha com cães e gatos e a secretaria do Meio Ambiente justifica que não pode entrar em um terreno particular. Faz um mês que este animal não come, e só bebe água quando alguém lhe serve. Eu mesma já fiz isso, apesar de ser um terreno particular, porque não posso aceitar o sofrimento desta vaca, que vai morrer logo se ninguém fizer nada.
A vaca está magra, apresenta sinais de fraqueza e mal consegue ficar em pé. Após nova insistência, Caroline recebeu uma resposta na tarde desta sexta-feira. Arthur Küster, coordenador de fiscalização da secretaria do Meio Ambiente e com quem a reportagem do DC também conversou, disse ter falado por telefone com o proprietário do terreno.
O homem não mora em Lages e alegou não saber que havia uma vaca no seu imóvel e muito menos quem é o dono. Ele comprometeu-se em pedir para alguém retirar o animal ainda ontem do local, mas nem ele nem Küster souberam dizer para onde a vaca seria levada.
Os responsáveis pelo Centro de Zoonoses retornam ao trabalho apenas na próxima quarta-feira e não foram encontrados no fim da tarde de sexta-feira para falar sobre o assunto. O coordenador de pecuária da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de SC (Cidasc) em Lages, José Joni Waltrick, disse que não tinha conhecimento do fato, mas como a vaca não tem nem mesmo o brinco de identificação exigido para todo o rebanho catarinense desde julho de 2008, ela deve ser sacrificada assim que — e se — for apreendida.
Fonte: Diário Catarinenese-
Pablo Gomes | pablo.gomes@diario.com.br
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