Código de barras é utilizado para rastrear cavalos
Projeto da UFPel vai mapear todos os animais usados por carroceiros
Os cavalos utilizados por carroceiros de Pelotas agora têm código de barras. Um projeto do curso de Veterinária da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) pretende colocar chips em todos os animais usados na cidade para monitorar como estão sendo tratados.
Os chips são bem pequenos. Cada um mede menos de um centímetro de diâmetro e é implantado com uma injeção entre o músculo e a pele do animal. O trabalho é desenvolvido por 12 estudantes, três médicos veterinários e sob coordenação do professor Carlos Eduardo Wayne Nogueira.
– Com o chip fica bem mais fácil acessar os dados dos animais e de seus proprietários – conta Nogueira.
Há nove anos, estudantes de Veterinária fazem o acompanhamento médico dos animais usados pelos carroceiros. Os atendimentos ocorrem diariamente no campus da UFPel, em Capão do Leão, ou no ambulatório da universidade, em Pelotas.
– Com o controle, aumenta a responsabilidade do dono pelo animal e faz com que ele tenha mais cuidado – avalia a veterinária Lorena Amaral.
A implantação dos chips começou há cerca de um ano e, até agora, cem cavalos estão sendo monitorados.
Veterinários têm acesso a banco de dados do cavalo
O aparelho funciona como uma espécie de código de barras do cavalo. A partir da leitura, os veterinários têm acesso ao banco de dados onde fica registrado o histórico de atendimentos veterinários, o peso, a idade e o proprietário.
Trovão, o cavalo da recicladora Gissele da Silveira Ienczak, 28 anos, é um dos cavalos monitorados. A rotina deles começa cedo. Por volta das 6h30min, Gissele leva os quatro filhos até a escola. Depois, faz escalas em 11 condomínios da cidade recolhendo material para reciclagem. Por mês, arrecada cerca de três toneladas de material, o que lhe rende cerca de um salário mínimo.
– O cavalo é nosso instrumento de trabalho, garante o sustento da família. Regularmente, ligo para os veterinários e pego orientações sobre cuidados – conta.
Os outros três animais da recicladora – Tiririca, Florentina e Florência – também estão na fila para receber o chip. O objetivo é mapear, até o final de 2010, todos os cavalos usados em carroças em Pelotas. Não existe um dado oficial, mas a estimativa é de que cerca de 2 mil sejam usados por carroceiros no município.
giacomo.bertinetti@zerohora.com.br
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