A carne de porcos contaminados com o novo vírus H1N1 não deve ser consumida por humanos, disse a Organização Mundial da Saúde na quarta-feira.
As declarações da OMS parecem mais cautelosas que as da FAO e da OIE (agências da ONU para alimentação e saúde animal, respectivamente), segundo as quais o consumo de carne não representa risco quanto à nova doença.
A OMS disse ser possível que o vírus da gripe sobreviva ao processo de congelamento e esteja presente na carne e no sangue depois do degelo.
"A carne de porcos doentes e de porcos achados mortos não deve ser processada ou usada para o consumo humano sob quaisquer circunstâncias", disse Jorgen Schlundt, diretor do Departamento de Segurança Alimentar, Zoonoses e Doenças de Origem Alimentar da OMS.
Em entrevista por email à Reuters, ele afirmou que "não há dados disponíveis sobre a sobrevivência do (vírus) A/H1N1 na carne, nem qualquer dado sobre a dose infecciosa para pessoas". Por isso, recomendou cautela.
"A probabilidade dos vírus da 'influenza' estarem no sangue de um animal infectado depende do vírus específico. Sangue (e carne) de porcos infectados pelo 'influenza' H1N1 podem potencialmente conter o vírus, mas, no momento, isso não foi estabelecido."
"Não obstante, em geral, recomendamos que pessoas envolvidas em atividades onde possam entrar em contato com grandes quantidades de sangue e secreções, como as de abate/evisceração de porcos, usem equipamento protetor apropriado", afirmou.
Schlundt disse que a OMS não alterou sua orientação básica de que o consumo de carne de porco é seguro. Mesmo que os técnicos ainda estejam avaliando se é possível a sobrevivência do vírus no sangue, as atuais diretrizes do setor alimentício já impediriam a entrada de animais doentes na cadeia alimentar.
A OIE também diz que o novo vírus não exige a adoção de vistorias ou medidas sanitárias adicionais às já existentes.
Apesar de ter sido inicialmente chamado de "gripe suína", o novo vírus H1N1 está sendo transmitido entre pessoas, e não de porcos para pessoas. Ele mistura elementos genéticos de vírus suínos, humanos e aviários.
No sábado, autoridades canadenses relataram o primeiro caso da doença entre porcos -possivelmente contaminados por um funcionário que havia estado no México, epicentro da epidemia.
HONG KONG
Reuters/Brasil Online
Por Tan Ee Lyn
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