Associação precisa de ajuda urgente para alimentar 250 cães
Os 120 quilos diários de ração para 250 cães traduzem-se em 1600 euros mensais impossíveis para a Associação dos Amigos dos Animais de Santo Tirso. Vive-se de voluntariado e de apoios escassos. Grita-se um apelo: ajuda.
Todos têm um nome. Todos têm uma história. Teodoro é cão de caça. Grande, meigo. Envelheceu, perdeu dentes e deixou de ser útil. Foi descartado no abrigo da instituição, atirado por cima da rede. Assim mesmo. Ninguém sabe como resistiu à queda…
A pequena Julieta, pintas de dálmata em forma de 'basset hound', tem menos de um ano. Viu a vida tropeçar no azar do dono: o homem perdeu a casa onde moravam e teve de recorrer a uma habitação social, onde os animais são proibidos… Habituada a um apartamento e à proximidade humana, Julieta dá sinais de depressão.
De cauda sempre espevitada e pomposamente enrolada em felicidade, Casie está adaptada. Tem um fetiche: uma bola que ora esconde, ora coloca aos pés de alguém para que lha atirem. Imbatível na corrida, parte desenfreada. Nem as patas curtas são obstáculo: não há outro cão que alcance a bola antes dela. Há, ainda, as existências menos felizes de "uma cadela que foi encontrada amarrada a cadeado a uma árvore, com as crias mortas ao lado" ou um cão achado também "amarrado a uma árvore, com um saco na cabeça", indigna-se Luísa Pelayo, presidente da Associação dos Amigos dos Animais de Santo Tirso (ASAAST).
Chega-se a resgatar animais do canil municipal, para salvá-los do abate certo, e "há sempre cães em lista de espera", alerta a responsável. "Nos casos mais críticos, temos de arranjar maneira de fazê-los entrar", diz.
Contas feitas, o abrigo, situado num terreno alugado em Santa Cristina do Couto, está, pois, "lotado", com cerca de 250 animais a consumirem 120 quilos de alimento por dia.
"A nossa luta diária é para arranjar ração", preocupa-se Luísa Pelayo, explicando que a Associação vive apenas das quotas dos associados (2,5 euros mensais) e da generosidade alheia. "Não temos mais para os sustentar. É impossível", lamenta.
"O dinheiro da Associação não chega para alimentar os animais e pagar aos veterinários. Precisamos de ajuda", pede. "Há despesas que saem do nosso bolso", assume Luísa Pelayo, confirmando que, ali, trabalha-se por devoção. Não há lucro: apenas o reconhecimento dos bichos, que se vão somando no blogue www.asaastirso.blogspot.com.
Sempre à espera de alguém que os queira.
Fonte:Jornal de Noticias - Porto/Santo Tirso
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