A participação de jegues, cavalos e outros equinos puxando carroças na 265ª Lavagem do Bonfim, que acontece nesta quinta, foi autorizada na manhã de quarta-feira pelo juiz Mário Albiane Júnior, da 5ª Vara da Fazenda Pública.
O juiz apreciou a ação civil pública ajuizada pela 2ª Promotoria do Meio Ambiente do Ministério Público e decidiu que os animais, por fazerem parte da tradição da festa, devem permanecer no desfile.
Para impedir maus-tratos contra os animais – mote da ação civil pública –, o juiz determinou à Prefeitura de Salvador a fiscalização do tratamento que será dado a eles. O órgão municipal pagará multa de R$ 50 mil caso descumpra a determinação.
Para a advogada Ana Rita Tavares, da Associação Brasileira Terra Verde Viva, a decisão foi uma “vitória parcial”. “O juiz determinou o que nunca tinha sido feito antes, que é a fiscalização pela prefeitura. Nós, das ONGs ambientais, junto com representantes do MP e da OAB, estaremos lá com câmeras filmadoras para monitorar a festa”, disse.
A Saltur, responsável pela organização do evento, garantiu que a fiscalização irá ocorrer.
Toque final - Há 15 anos atuando como vendedor em lojas da Calçada, José Marcos Cabral, 57, não vai ao trabalho nesta quinta. “Não tem como abrir nada. É muito arriscado e não vende nada. Moro no Caminho de Areia e fico ilhado”, contou.
Já Edson Raimundo Novaes, 61, que há 47 comercializa artigos de festa e armarinho, próximo à Igreja da Conceição da Praia, optou por variar a oferta de produtos. “Amanhã coloco barreiras na porta e vendo cerveja. Às vezes tem procura de colares e enfeites que já tenho aqui”, disse ele.
Quem só trabalha naquela região no dia da festa, nesta quarta, se ocupou dos preparativos nos locais determinados ao longo do trajeto com carrinhos, isopores e armação de bancas. De acordo com a Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Prevenção à Violência (Sesp), este ano 475 ambulantes se cadastraram para a festa do Bonfim.
aA TARDE on line
Hieros Vasconcelos e Meire Oliveira
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