sábado, 16 de janeiro de 2010

A simbologia dos animais

Os animais na história do Homem
A importância dos animais para o Homem, desde a pré história, está bem patente na arte e na religião de todos os povos até aos nossos dias. Devido às suas aptidões, muitas delas sem explicação, integraram a mitologia de todas as sociedades.


Ao longo de toda a história do homem encontramos vestígios da importância que os animais assumiam.
No Paleolítico podemos ver, principalmente na arte rupestre, que o hominídio tinha uma relação com os animais que caçava que ultrapassava a mera necessidade de alimentação.
Encontramos imagens de caça em que é também representado, o que se pensa ser, um feiticeiro pelo que pensamos ter havido ritos mágicos envolvendo as pinturas nas cavernas.

Os caçadores préhistóricos terão desenvolvido um sistema de relações com as suas vítimas. O facto do sangue dos animais ser muito semelhante ao humano terá sido um dos factores importantes para sustentar uma relação em que a morte do animal corresponderia a um sacrifício por necessidade de sobrevivência, em que as vítimas eram respeitadas e endeusadas. Não será por acaso que em muitos dos túmulos pré-históricos foram encontradas ossadas humanas rodeadas de ossadas animais, especialmente crânios, dispostos de forma cuidadosa.

Além dos achados arqueológicos, a existência de figuras divinas em forma animal, até aos nossos dias, mostra-nos a forte relação entre os mundos humano e animal, através de várias formas, sagradas e profanas, mostrando o valor e respeito que sempre existiu.

Desde o passado mais remoto que todas as culturas produziram mitos, e em todas elas encontramos a integração dos animais no seu imaginário.
Animais totêmicos ou anscestrais, mitológicos (imaginados) ou deuses-animais estão presentes em toda a história humana.

Uma das características da religião da civilização do Egipto antigo era os seus deuses terem corpo humano com cabeça de animais. É o caso, por exemplo de: Thoth - Deus da Sabedoria; Horus - 'cabeça de falcão', Deus do céu e da realeza; Anubis - Deus dos mortos; Khnum - Criador do homem. o Boi Apis, a vaca (Hathor e Isis), sapos, serpentes, escorpiões e crocodilos.
Os arqueólogos encontraram cemitérios de animais mumificados (gatos, cães e outros), provas do respeito pelos mesmos. Os animais eram símbolo de força e poder e eram venerados pelas suas capacidades específicas e inexplicáveis para o homem de então: o faro do cão, a visão do pássaro, a capacidade da cobra em se renovar, a fertilidade do touro, o vôo do pássaro dando forma à alma humana. Viam nos animais características super humanas e inexplicáveis e por isso os integraram na sua religião antropomórfica. .

Na Índia e na China, desde tempos remotos, que encontramos figuras animais. Por exemplo o dragão chinês deriva das Nagas, as cobras reais indianas. Os dragões moram no ar, nas águas e nas profundezas da Terra; eles são o elo de ligação entre todas as instâncias cósmicas. Eles trazem chuva, sendo fonte de fertilidade e removem infortúnios principalmente no ano novo. Eles são também criaturas de velocidade e poderes perigosos.

De entre as grandes civilizações, a indiana é uma das que mantém mais viva a simbologia divina dos animais: o Deus Ganesha (corpo humano e cabeça de elefante), Hanuman (Macaco), Naja (Cobra), etc.

Os animais estão também presentes em todos os sistemas astrológicos, sendo talvez o chinês aquele que mais importância lhes dá.

Astrologia Chinesa

Rato, Búfalo, Tigre, Gato, Dragão, Serpente, Cavalo, Cabra, Macaco, Galo, Cão, Javali (Porco)

Astrologia Zodiacal

Aries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes

Astrologia Védica

(Jataka Desh Marga)

Mesha (bode), Vrishabha (Touro), Mithuna (Gêmeos), Kataka (Câncer - carangueijo), Simha (Leão), Kanya (Virgem), Tula (Libra), Vrischka (Escorpião), Dhanus (Sagitário), Makara (Capricórnio - cabeça de veado e corpo de crocodilo), Kumbha (Aquario), Meena (Peixes)

O mito do aparecimento da Astrologia Chinesa conta que num certo Ano Novo chinês, mais de cinco séculos antes de nossa era, o Senhor Buddha convidou todos os animais da criação a participar numa corrida, prometendo-lhes uma recompensa de acordo com a ordem de chegada até ele. Quase todos os animais desdenharam o chamamento do divino Sábio. Doze espécies, todavia, fizeram-se representar. Pela ordem de comparecimento: o Rato, o Búfalo, o Tigre, o Gato, o Dragão, a Serpente, o Cavalo, a Cabra, o Macaco, o Galo, o Cão e o Porco. Diz-se que o esperto Rato ganhou a todos porque veio montado na cabeça do destemido Búfalo, que vinha à frente. Quando chegaram próximo do Buddha, o Rato saltou para a frente, chegando em primeiro lugar aos pés do Buddha. Para agradecer a esses animais, o Buddha ofereceu a cada um deles um ano que lhe seria dedicado daquele momento em diante. Teria o seu nome, impregnar-se-ia do seu simbolismo e das suas tendências psicológicas específicas, marcando, de tempos a tempos, o carácter e o comportamento dos homens que nascessem nesse ano. Assim foi estabelecido um ciclo de doze anos que combina a sucessão e o ritmo desse bestiário fantástico.

Algumas características simbólicas dos principais animais

ABELHA - Era um símbolo da realeza no Antigo Egipto e dizia-se que esse insecto havia sido gerado a partir das lágrimas de Rá, o deus-sol egípcio. Sua imagem mais difundida é a de símbolo da alma. Os opostos bem/mal, também se encontram simbolizados nela. O mal encontra-se simbolizado pelo ferrão e o bem pelo mel.

ÁGUIA - Animal solar, é visto como sendo um mediador entre os reinos divino e espiritual. Na heráldica, é o pássaro dos reis e dos líderes. A águia é considerada como sendo o rei dos pássaros e tem a ver tanto com o desejo de poder, como com a elevação espiritual, com os altos vôos do pensamento e da fantasia. Na Mitologia grega, está associada à Zeus, o deus maior do Olimpo; na mitologia germânica à Wotan, o deus maior do Válhalla; no mito cristão, ela é um símbolo de São João e para Jung, um símbolo do pai. Tal como a Fênix, pode ser considerada como um símbolo de Regeneração espiritual. A acuidade do seu olhar que lhe permite fitar o sol directamente, faz com que seja considerada um símbolo da clarividência.

ANDORINHA - Ave migratória que parte no inverno mas que tem assegurado o seu retorno no verão. É um símbolo do eterno retorno, das situações cíclicas que desde o início sabemos qual será o final, uma vez que são repetitivas.

ARANHA – Devido à sua teia tecida habilmente e ao seu posicionamento central, é considerada na Índia como símbolo da Ordem Cósmica, assim como a tecelã (maya) do mundo sensível. É a Criadora Cósmica e a senhora do destino; podendo ser ainda um símbolo do narcisismo, pois é o símbolo da obsessão do Ego no centro de tudo.

ARMINHO - É considerado um animal símbolo da pureza.

ASNO - Simboliza a perseverança, a estupidez, a melancolia e a sexualidade. É um dos animais de Dioniso assim como de Saturno e possui qualidades saturninas. Ser transformado em asno implica ser dominado por essas qualidades. O filósofo Lúcio foi transformado num asno, o animal em permanente cio e odiado por Ísis, que mais tarde é desencantado e iniciado nos mistérios da deusa da lua egípcia. O baú-berço de Dioniso era puxado por um asno.

BALEIA - Simboliza a escuridão abissal e misteriosa, o inconsciente, o local para onde o herói precisa de retornar para que seja possível o seu renascimento. No mito do herói, a baleia é um símbolo da Grande-Mãe devoradora em cujo ventre o deus-herói se transforma, e nesse confronto com a Grande-Mãe, temos o simbolismo de que é o ego do homem que precisava de ser transformado. A luta do herói contra a baleia ou qualquer outro monstro marinho é um símbolo da luta pela libertação da consciência do eu, das ligações com o inconsciente e a sua salvação torna-se dessa maneira num símbolo da vitória do consciente sobre o inconsciente. A saída do ventre da baleia significa um renascer ou uma ressurreição, tanto que o símbolo da baleia é comum a vários ritos de iniciação. A entrada no seu ventre é análoga à descida ao sub-mundo e à passagem pelo inferno.

BODE - No Oriente, os demónios aparecem em imagens com a pata fendida do bode É considerado um símbolo de THOR, além de ser considerado um símbolo da fecundidade e da libido. O bode é a montaria de Agni, o deus regente do fogo para os vedas, daí que ele seja considerado como um animal solar. O termo bode expiatório, simboliza o indivíduo sobre o qual recaem as projeções do mal que os outros gostariam de executar mas que não ousam. Então, ele é empurrado cada vez mais para que desempenhe esse papel.

BOI - No Cristianismo, São Lucas tinha como símbolo o boi, é considerado como sendo um símbolo da bondade e da calma. Na China, o boi em argila é um símbolo do frio, além de ser um símbolo yin e os gregos consideravam-no sagrado posto que era objeto de imolação.

BORBOLETA - Simboliza o ar, enquanto elemento da psique. É considerada um símbolo de transformação e de um novo começo.

CABRITO - É um símbolo do renascimento com ascensão ao divino. A cabra é tanto o símbolo da iniciadora como da ama de leite, uma representação da mãe.

CACHORRO - Na antiguidade era tido como o guardião da vida eterna. Em várias culturas antigas a imagem do cão estava ligada à simbólica da morte. Na Pérsia antiga, os cães alimentavam-se dos cadáveres dos mortos e na Rússia era costume levar um cão junto da cama do moribundo para que recebesse alimento das suas mãos, alimento esse que garantia que o cão servisse de guia da sua alma para o outro mundo. Hécate, a deusa do nascimento e que estava relacionada ainda à magia, à iniciação e à morte, recebia sacrifício de cães. Nos túmulos romanos era comum encontrar-se imagens de cachorros e Cérbero era o famoso cão do Hades, o mundo do post mortem que correspondia a uma espécie de purgatório. Na Grécia, o cachorro pertencia também a Esculápio, o responsável pelas curas, pela sua capacidade de se curar por meios próprios, ingerindo erva. No Egito, era considerado como sendo um símbolo de Anúbis, o deus com cabeça de chacal e que era um guia para o mundo inferior. Pela sua capacidade de adaptação ao homem, costuma ser um símbolo da fidelidade no relacionamento.

CARACOL - Simboliza a regeneração periódica.

CARNEIROS - O carneiro era visto pelo matriarcado como símbolo do poder tirânico masculino. É ainda um símbolo de Agni, o deus do fogo dos vedas, a sua montada. A imagem em sonhos de numerosos rebanhos de carneiros, enfatiza a brandura, pela inocência que é característica desse animal.

CAVALO - O cavalo é uma das formas simbólicas mais puras da natureza instintiva é a energia que apóia o ego consciente sem que esse perceba, a energia que gera o fluxo da vida e que dirige a nossa atenção para as coisas, influenciando as nossas acções através de uma motivação. O cavaleiro é o ego, enquanto que o cavalo é o símbolo da nossa energia instintiva e animal. Quando juntos representam o movimento harmónico da natureza. Na imagem do cavalo a libido instintiva à disposição do inconsciente por vezes encontra-se bastante ligada ao tema da sexualidade. O cavalo simboliza o sentimento de se estar vivo posto que é o fluxo da vida que não criamos, mas que nos carrega no exercício da nossa vida. Na mitologia ele é associado às deusas-mães, sendo que podemos encontrar associações entre a imagem do cavalo e o simbolismo da mãe que pode ser vista como sendo o cavalinho de baloiço da criança e isso devido a primitivamente ela costumar carregar o seu filho às costas. A sua imagem também se encontra associada à da árvore dos mortos, pois ele é um animal que a alma utiliza para cavalgar para o outro mundo, servindo assim de ligação entre o mundo dos vivos e o dos mortos. No mito de Odin, a sua mãe era o "Corcel Assustador", o Freixo Universal Yggdrasil de onde ele surge em suspensão. Hécate às vezes é representada com cabeça de cavalo e tanto Deméter quanto Fílina para poderem escapar das perseguições de Crono e de Posseidon, transformaram-se em cavalos. Nos países europeus, o diabo tem uma pata equina que possui como origem Wotan, e em quase todos os mitos o diabo cavalga uma bruxa cavalo. Na Holanda, é costume se pendurar um casco de cavalo nas estrebarias com a finalidade de afastar os feitiços. É considerado também um símbolo do tempo e representa o vento pela sua velocidade. Se a imagem é de um cavalo branco, indica tratar-se de um impulso instintivo que naturalmente se dirige à consciência e se ele possuir asas pode ser considerado como sendo um símbolo de uma forma alada do princípio transcendente. Quando em sonhos o cavalo joga a sonhadora no chão, exprime um tema sexual ou aponta para um conflito erótico, o que também costuma ser simbolizado pelo seu coice. Sendo o cavalo um símbolo da quantidade de energia à disposição do homem, quando as imagens giram sobre o seu sacrifício, podem estar apontando para uma fase de introversão, pois o sacrifício de animais quando não é feito como simples oferenda, possui uma simbólica religiosa elevada, estabelecendo uma relação entre o herói e a divindade. O sacrifício surge então como a imolação do instinto, a união com o divino o seu abate ou sacrifício pode simbolizar a dissolução do instinto até então inconsciente. Quando se trata de um esquartejamento, o que está sendo simbolizado é que uma nova ordem está a ser criada pela consciencilização e reflexão, além da existência de uma disposição interior para receber o arquétipo do SELF.

CEGONHA - Simboliza a contemplação filosófica. Na mitologia grega, Antígona, a irmã de Príamo gabou-se a Hera da beleza dos seus cabelos, o que fez com que a deusa invejosa os transformasse em serpentes. Zeus apiedando-se de Antígona, transformou-a posteriormente em cegonha.

CIGARRA - Simboliza a negligência.

COBRA - Simboliza uma força inconsciente da natureza que não é boa nem má, o seu estado ainda é indiferenciado e corresponde à base do instinto e da impulsividade natural. Pode ser considerada como um símbolo do falo e possui conotações sexuais simbolizando a existência de conflitos eróticos quando a imagem aparece em sonhos. A cobra frequentemente aparece na mitologia, no simbolismo da religião ou em cultos e ritos, onde podemos encontrar imagens da serpente do paraíso, a Mitgard germânica, da cobra da época de Moisés e das cabeças de serpentes das Górgonas malignas. Essa imagem está associada ainda à Grande-Mãe que geralmente é retratada como sendo uma mulher forte, de seios nus e com os braços estirados para fora, segurando uma cobra em cada mão.

COELHO - Tanto para o negro como para o índio americano esse animal era visto como sendo a encarnação animal do herói. A festa da Páscoa possui um simbolismo que se aproxima desta ideia. Originalmente estava relacionada com o culto da lua e era nessa data que se celebrava a ressurreição do herói da lua e que foi incorporada na liturgia cristã. Pelo facto de procriarem com bastante rapidez e de terem uma prole numerosa encontra-se vinculado à lua e assim como a Páscoa, é um símbolo de vida nova e de fecundidade da natureza feminina em conexão com a deusa.

COTOVIA - É considerada como sendo um símbolo da união entre os reinos terrestre e celestial.

CROCODILO - Símbolo da abundância, que é considerado como sendo o senhor do mundo subterrâneo. No Egipto, é um símbolo dos defuntos.

ELEFANTE - A rainha Maya, mãe de Buda, da mesma forma que Maria recebeu a visita do Espírito Santo quando da concepção de Cristo, sonhou que um elefante branco entrou no seu ventre na noite em que concebeu o Salvador. Um mito antigo conta que houve uma época em que os elefantes podiam voar e mudar de forma como nuvens. As trombas ameaçadoras de um elefante em sonhos podem ter um carácter sexual pelo aspecto fálico e podem ainda estar exprimindo um conflito erótico. Frequentemente, os elefantes são considerados como sendo símbolo da castidade.

ENGUIA - Simboliza tudo aquilo que é escorregadio.

ESCARAVELHO - Besouro egípcio, que simboliza o ciclo do sol e a ressurreição.

FAISÃO - É um símbolo do despertar masculino, além de ser considerado um pássaro mensageiro. Ele simboliza a luz, donde é uma imagem ígnea.

FALCÃO - Era considerado como sendo a própria encarnação de Hórus no Egipto e é um símbolo masculino, solar que suplantou o feminino, lunar na passagem do matriarcado para o patriarcado.

FLAMINGO - É um pássaro rosado de grande porte que é um símbolo da alma em ascensão para o encontro com a luz.

FOCA - Simboliza a virgindade como decorrência da esterilidade afectiva da pessoa.

FORMIGAS - São consideradas símbolos dos instintos e encontram-se relacionadas ao sistema neuro-vegetativo e por vezes são associadas à vulva. Simbolizam ainda a actividade permanente.

GAFANHOTO - Pela sua característica de causador de destruição das plantações, a sua imagem simboliza os aspectos destruidores da personalidade do indivíduo.

GALO - É considerado um símbolo do tempo, além de possuir um princípio solar, masculino, que aparenta altivez. Os sonhos em que o ego onírico aparece representado na imagem do galo, certamente deverão estar a referir-se aos aspectos de soberba da personalidade do ego vígil.

GANSO - Na Grécia antiga representava um aspecto especial da Mãe-Natureza ou a deusa da natureza, Nemesis. Era ainda considerado como sendo um mensageiro do mundo espiritual.

GARÇA - É considerada como sendo um dos símbolos de Cristo e no Egipto era tida como pássaro sagrado.

GATO - É considerado um animal feminino, pois representa tanto o espírito da natureza capaz de criar canções folclóricas e contos de fadas, como o negro feminino, aquele aspecto que nos é bastante familiar através das bruxas. É dessa forma associado à natureza instintiva da mulher, ao prazer e refinamento. É um símbolo da clarividência e dos poderes mediúnicos.

GAVIÃO - Símbolo da rapina, do roubo e da caça.

GAZELA - Tem a característica de simbolizar a alma humana quando a procura de Deus e é considerada como sendo uma imagem do ideal espiritual. Na Índia, é vista como sendo um símbolo de Prana, o Senhor dos Ventos.

GOLFINHO - Essa imagem costuma aparecer em sonhos evocando os poderes de transfiguração.

GRALHA - Simboliza o princípio feminino.

GRILO - Esse inseto simboliza a vida, a morte e a ressurreição, e costuma-se dizer que a aparição do grilo simboliza a perspectiva da felicidade.

JAVALI - Na mitologia germânica é um dos símbolos de Wotan; na mitologia hindu é um dos símbolos de Vishnu. Na mitologia grega, quando do episódio da morte de Adónis, aparece como sendo um símbolo de um dos aspectos da natureza de Afrodite, a mãe-amante em seu aspecto animal, violento e destruidor, que tanto é capaz de criar como de tomar a vida. No mito de Ártemis, corresponde à natureza agressiva, feroz e destruidora da deusa quando contrariada nos seus afectos. No mundo cristão, pode ser visto como um símbolo do demônio.

JUMENTO - É considerado como sendo um símbolo da paz, da paciência e da humildade

LAGARTO - É considerado como sendo um dos símbolos transcendentes de profundidade posto que combina uma actividade sub-aquática com a vida terrestre que assustam as crianças.

LEÃO - No cristianismo simbolizava São Marcos; na mitologia egípcia era um antigo símbolo da ressurreição nos rituais fúnebres; no simbolismo medieval era considerado um agente da ressurreição; na simbologia alquímica é a divindade que encerra em si o mistério da morte e renascimento, além de que representava o rei em sua forma pós-mortal. Ele era o guardião do mundo subterrâneo. Quando aparece uma imagem do herói lutando com o leão é comum que se encontre desarmado posto que esse é um símbolo da sua luta consigo mesmo. Em sonhos quando ele aparece, sabe-se que a personalidade se acha confrontada com fortes e apaixonados desejos, paixões e afectos que se tornam mais fortes que o próprio ego. O leão é o sol inferior, uma representação teriomórfica do princípio masculino que representa o aspecto terreno do símbolo do rei. Encontra-se ainda associado à concuspicência e ao orgulho além de ser um animal combativo mas que pode sugerir impulsos agressivos saudáveis. Quando aparece nas imagens das deusas da lua, é uma representação da natureza voraz da deusa.

LOBO - Na mitologia germânica era considerado como sendo um dos animais de Wotan; na mitologia grega pertencia a Apolo o deus do sol, o princípio da consciência. Era ainda considerado como sendo um animal de todos os deuses da guerra. Quando em sonhos de mulheres, a figura do lobo pode representar o animus ou a atitude devoradora que as mesmas podem ter ao serem possuídas por ele, pois no seu aspecto negativo é um animal bastante destrutivo, que simboliza o princípio do mal e do demónio. O lobo é tido como um elemento feminino que vive ansioso pelo peito e que quer constantemente que lhe retirem a sensação de fome, podendo então aparecer a sua imagem simbolizando uma paixão regressiva.

MACACO - Simboliza uma caricatura animalesca, uma imagem desprezível do homem

PAPAGAIO - É considerado como sendo um dos símbolos de Maomé, além de simbolizar a petrificação em função do caráter repetitivo da sua fala desvinculado de qualquer raciocínio. É, portanto, uma personificação específica de conteúdos que são repetidos sem questionar e sem que se pare para fazer uma avaliação. Costuma ainda ser um símbolo do inconsciente. Em algumas histórias árabes, ele simboliza o psicopompo, uma espécie de Hermes, que fala sempre a verdade, embora de forma um tanto dúbia.

PÁSSARO - Simboliza de modo geral as entidades psíquicas de carácter intuitivo e mental, pois é considerado como uma entidade sem corpo e alada. É um apropriado símbolo da transcendência. Pode ainda estar representando o SELF que surge como um princípio único, uma intuição da totalidade oriunda das profundezas do inconsciente. Por vezes é associado aos pensamentos autónomos que nos surgem para depois desaparecerem com relativa autonomia. É uma intuição profunda, a verdade invisível que se auto-realiza. Na alquimia, o pássaro encontra-se vinculado ao medo da morte, à separação da alma do corpo, que é a Sublimação definitiva; sendo que existem representações medievais em que a alma deixa o corpo do morto em forma de pássaro. Nos tratados alquímicos, aparece como um guia em direção à experiência interior e os alquimistas consideravam-no como formas gasosas de matéria sublimada, de forma que os espíritos, os vapores e as substâncias evaporadas eram simbolizados por eles, usando representações distintas das suas espécies. O pássaro SIMORG é um pássaro mitológico de imensas proporções e de cor preta que representa a alma colectiva de todas as aves. Na mitologia germânica, os pássaros pertencem a Wotan e na mitologia greco-romana a Apolo sendo que uma das suas características seria a capacidade de profetizar. Possui ainda o simbolismo de ser um anjo.

PATO - Pode ser considerado um dos símbolos do SELF poela sua capacidade de adaptação e estilo de vida distintos. É um animal da terra, água e ar. É pois considerado como sendo uma função transcendental, ou seja, a capacidade que tem a psique inconsciente de se transformar e de nos levar a uma nova situação que anteriormente nos parecia bloqueada. O pato está em casa, em todos os domínios da natureza. No Ocidente, tal qual os gansos, está ligado à figura dos demónios e bruxas que com freqüência possuem pés de pato ou de ganso.

PAVÃO - É um símbolo da ressurreição e do Cristo, tal qual a Fênix que também é considerada como sendo um símbolo solar. Na mitologia grega é considerado como sendo um dos animais atribuídos à deusa Hera. É ainda considerado como sendo um símbolo da imortalidade e da totalidade, muito embora a sua imagem esteja associada à vaidade.

PEIXES - É considerado um símbolo de Cristo, além de um dos símbolos do SELF. São vistos como símbolos transcendentais de profundidade e podem simbolizar um conteúdo emergindo espontaneamente do inconsciente. O peixe tem um duplo aspecto, tanto de redentor como daquilo que deve ser redimido. Leviatã também era um mostro que possuía por símbolo o Peixe, e, no próprio signo zodiacal de Peixes, encontramos dois peixes que nadam em direções antagónicas, como uma representação do bem e do mal, do Cristo e do Anti-Cristo. O peixe pode ainda simbolizar a lascividade e os instintos mais baixos. Em diversos mitos, simboliza a revelação da Profunda Sabedoria. Nos sonhos, por vezes, o peixe é um símbolo da criança não nascida, pois antes de nascer, vivemos na água como um peixe.Ele traz em si o simbolismo de renovação e renascimento, além de simbolizar os conteúdos autónomos do inconsciente.

PICA-PAU - É considerado um símbolo do princípio paterno. Em Roma, era tido como um "Pater Familias" e no mito de Rômulo e Remo, foi ele quem colocou o alimento nas suas bocas por intermédio do seu bico.

POMBA - Na tradição cristã, a pomba simboliza o Espírito Santo e em contos de fadas, uma mulher-amante do tipo Vênus. Na alquimia, a pomba simboliza a operação alquímica da albedo.

PORCO - Pode simbolizar a baixa sensualidade. Circe transformava em porcos os homens que a desejavam.

RÃ - As rãs de um modo geral, são associadas à Mãe-Terra, além de representarem o útero. Hécate,a deusa com cabeça de rã é uma deusa da terra, que tem poderes sobre a vida e a morte. Ela tanto é capaz de envenenar como de dar vida à alguém. As rãs e os sapos têm sido associados ainda a bruxarias, pois é comum que os encontremos como ingredientes indispensáveis nas poções mágicas. O acto de sonhar com a rã, simboliza que um determinado conteúdo inconsciente está pronto para se tornar consciente, bastando para isso que se queira.

RAPOSA - Na China e no Japão, a raposa é tida como um animal feiticeiro e feminino. Em decorrência disso, costuma-se associa-la à natureza feminina instintiva e primitiva da mulher. Nesses países acredita-se que as bruxas, assim como as mulheres histéricas, costumam tomar a forma da raposa. Ela pode ainda aparecer simbolizando as almas penadas ou como o duplo da consciência humana.

RATOS - Costumam simbolizar a parte inconsciente do ser humano, assim como as preocupações noturnas e as fantasias autónomas. São considerados animais-espírito que algumas vezes aparecem simbolizando conteúdos eróticos. Podem ainda aparecer simbolizando a apropriação indébita dos objetos ou dos acfetos

SALAMANDRA - É um símbolo da transformação psíquica.

SALMÃO - É um símbolo de sabedoria e de conhecimento do futuro, além da vitalidade saudável.

SAPO - É considerado em todas as mitologias como um elemento masculino. Na alquimia, traz o simbolismo da prima-matéria que sofre transformação uma vez que exprime a cobiça desenfreada que costuma afogar a pessoa em seu próprio excesso. O sapo quando morre, fica negro e entra em estado de putrefação, enchendo-se do seu próprio veneno. O alquimista submetia então essa carcaça ao fogo do processo alquímico até transformá-lo num elixir capaz de matar ou salvar o indivíduo.

SERPENTES - Costumam simbolizar o sistema nervoso autónomo, a energia instintiva e são símbolos transcendentes da profundidade e costuma também estar associado à sabedoria, à cura e ao auto-conhecimento . O mito da tentação da serpente no jardim do Éden, refere-se à necessidade de autorealização do homem, o princípio da individuação, e é comum que seja apresentada por alguns como a representação simbólica do princípio sedutor da mulher. A serpente pertence ao reino da mãe e ela pode ser uma representação simbólica em sonhos, do medo do incesto como regressão e a imagem em que o ego onírico é envolvido por uma delas é um símbolo de penetração no ventre materno, e que corresponde à mesma simbologia da imagem de devorar uma serpente. Na Antiguidade, era considerada como sendo o símbolo da terra, que sempre foi concebida como feminina. Quando o ego onírico é mordido por uma delas, o seu simbolismo é o mesmo de sucumbir à sua tentação, o que nos diz que o ego vígil vai viver uma transição de considerável importância. A picada refere-se à exigência do inconsciente do ego vígil que a princípio age de forma paralisante sobre a sua energia e a sua iniciativa. Os sonhos frequentes com essa imagem, podem estar a apontar para uma dissociação por parte do ego vígil entre a sua vida consciente e a instintiva. Elas podem ser vistas também como uma representação do falo, mas só poderá ser interpretada como falo, se a encararmos como o simbolismo gerador e criativo da libido. Para os gnósticos, é um símbolo do tronco e da medula cerebral.

TARTARUGA - É considerada um símbolo da totalidade, do SELF.

TIGRE - É um símbolo das emoções negativas destrutivas.

TOURO - Em sonhos, o acto de matar um touro simboliza a ascendência da consciência humana sobre as forças emocionais animalescas, sendo que as touradas são um símbolo da superação ao impulso sexual, através do auto-controle e disciplina. Nos "mistérios mítricos", a imolação do touro ocupava um papel de destaque, Nesses cultos, ele era chamado de "guardião do eixo da terra", e são eles que invertem o "eixo do círculo do céu".Mitra, que era chamado de Jovem, possuía um séquito de deuses jovens com cabeça de touro, que eram um desdobramento dele mesmo, a divindade maior. O abate do touro significa um domínio sobre os instintos animais, mas também uma violação da lei.O animal representa o instinto e a proibição, e o homem sente-se mais homem, quando é capaz de sacrificar sua natureza animal. Os sonhos em que aparecem o ego onírico carregando um touro, tal qual Mitra o fez, tem o mesmo significado que a via sacra de Cristo, é um símbolo de renascimento. Mitra carrega o touro vencido, numa representação do pai, do monstro, gigante e animal perigoso. O touro é um símbolo da fecundidade, e Júpiter coabitou com Deméter, a deusa da fecundidade, sob a forma de um touro.

URSO - Divindade cultual mais antiga do mundo que é considerada como sendo um símbolo do inconsciente, ligado à terra-mãe, e é uma representação simbólica dos nossos instintos. Em Hokkaido no Japão, os caucasóides conhecidos como Aino, tinham o culto do urso.

VACA - Como símbolo materno encontra-se nas mais diversas formas e variações da Hátor-Ísis. É um símbolo de fertilidade e renovação.

Ao longo de toda a história do homem encontramos vestígios da importância que os animais assumiam.
No Paleolítico podemos ver, principalmente na arte rupestre, que o hominídio tinha uma relação com os animais que caçava que ultrapassava a mera necessidade de alimentação.
Encontramos imagens de caça em que é também representado, o que se pensa ser, um feiticeiro pelo que pensamos ter havido ritos mágicos envolvendo as pinturas nas cavernas.

Os caçadores préhistóricos terão desenvolvido um sistema de relações com as suas vítimas. O facto do sangue dos animais ser muito semelhante ao humano terá sido um dos factores importantes para sustentar uma relação em que a morte do animal corresponderia a um sacrifício por necessidade de sobrevivência, em que as vítimas eram respeitadas e endeusadas. Não será por acaso que em muitos dos túmulos pré-históricos foram encontradas ossadas humanas rodeadas de ossadas animais, especialmente crânios, dispostos de forma cuidadosa.

Além dos achados arqueológicos, a existência de figuras divinas em forma animal, até aos nossos dias, mostra-nos a forte relação entre os mundos humano e animal, através de várias formas, sagradas e profanas, mostrando o valor e respeito que sempre existiu.

Desde o passado mais remoto que todas as culturas produziram mitos, e em todas elas encontramos a integração dos animais no seu imaginário.
Animais totêmicos ou anscestrais, mitológicos (imaginados) ou deuses-animais estão presentes em toda a história humana.

Uma das características da religião da civilização do Egipto antigo era os seus deuses terem corpo humano com cabeça de animais. É o caso, por exemplo de: Thoth - Deus da Sabedoria; Horus - 'cabeça de falcão', Deus do céu e da realeza; Anubis - Deus dos mortos; Khnum - Criador do homem. o Boi Apis, a vaca (Hathor e Isis), sapos, serpentes, escorpiões e crocodilos.
Os arqueólogos encontraram cemitérios de animais mumificados (gatos, cães e outros), provas do respeito pelos mesmos. Os animais eram símbolo de força e poder e eram venerados pelas suas capacidades específicas e inexplicáveis para o homem de então: o faro do cão, a visão do pássaro, a capacidade da cobra em se renovar, a fertilidade do touro, o vôo do pássaro dando forma à alma humana. Viam nos animais características super humanas e inexplicáveis e por isso os integraram na sua religião antropomórfica. .

Na Índia e na China, desde tempos remotos, que encontramos figuras animais. Por exemplo o dragão chinês deriva das Nagas, as cobras reais indianas. Os dragões moram no ar, nas águas e nas profundezas da Terra; eles são o elo de ligação entre todas as instâncias cósmicas. Eles trazem chuva, sendo fonte de fertilidade e removem infortúnios principalmente no ano novo. Eles são também criaturas de velocidade e poderes perigosos.

De entre as grandes civilizações, a indiana é uma das que mantém mais viva a simbologia divina dos animais: o Deus Ganesha (corpo humano e cabeça de elefante), Hanuman (Macaco), Naja (Cobra), etc.

Os animais estão também presentes em todos os sistemas astrológicos, sendo talvez o chinês aquele que mais importância lhes dá.

Astrologia Chinesa

Rato, Búfalo, Tigre, Gato, Dragão, Serpente, Cavalo, Cabra, Macaco, Galo, Cão, Javali (Porco)

Astrologia Zodiacal

Aries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes

Astrologia Védica

(Jataka Desh Marga)

Mesha (bode), Vrishabha (Touro), Mithuna (Gêmeos), Kataka (Câncer - carangueijo), Simha (Leão), Kanya (Virgem), Tula (Libra), Vrischka (Escorpião), Dhanus (Sagitário), Makara (Capricórnio - cabeça de veado e corpo de crocodilo), Kumbha (Aquario), Meena (Peixes)

O mito do aparecimento da Astrologia Chinesa conta que num certo Ano Novo chinês, mais de cinco séculos antes de nossa era, o Senhor Buddha convidou todos os animais da criação a participar numa corrida, prometendo-lhes uma recompensa de acordo com a ordem de chegada até ele. Quase todos os animais desdenharam o chamamento do divino Sábio. Doze espécies, todavia, fizeram-se representar. Pela ordem de comparecimento: o Rato, o Búfalo, o Tigre, o Gato, o Dragão, a Serpente, o Cavalo, a Cabra, o Macaco, o Galo, o Cão e o Porco. Diz-se que o esperto Rato ganhou a todos porque veio montado na cabeça do destemido Búfalo, que vinha à frente. Quando chegaram próximo do Buddha, o Rato saltou para a frente, chegando em primeiro lugar aos pés do Buddha. Para agradecer a esses animais, o Buddha ofereceu a cada um deles um ano que lhe seria dedicado daquele momento em diante. Teria o seu nome, impregnar-se-ia do seu simbolismo e das suas tendências psicológicas específicas, marcando, de tempos a tempos, o carácter e o comportamento dos homens que nascessem nesse ano. Assim foi estabelecido um ciclo de doze anos que combina a sucessão e o ritmo desse bestiário fantástico.

Algumas características simbólicas dos principais animais

ABELHA - Era um símbolo da realeza no Antigo Egipto e dizia-se que esse insecto havia sido gerado a partir das lágrimas de Rá, o deus-sol egípcio. Sua imagem mais difundida é a de símbolo da alma. Os opostos bem/mal, também se encontram simbolizados nela. O mal encontra-se simbolizado pelo ferrão e o bem pelo mel.

ÁGUIA - Animal solar, é visto como sendo um mediador entre os reinos divino e espiritual. Na heráldica, é o pássaro dos reis e dos líderes. A águia é considerada como sendo o rei dos pássaros e tem a ver tanto com o desejo de poder, como com a elevação espiritual, com os altos vôos do pensamento e da fantasia. Na Mitologia grega, está associada à Zeus, o deus maior do Olimpo; na mitologia germânica à Wotan, o deus maior do Válhalla; no mito cristão, ela é um símbolo de São João e para Jung, um símbolo do pai. Tal como a Fênix, pode ser considerada como um símbolo de Regeneração espiritual. A acuidade do seu olhar que lhe permite fitar o sol directamente, faz com que seja considerada um símbolo da clarividência.

ANDORINHA - Ave migratória que parte no inverno mas que tem assegurado o seu retorno no verão. É um símbolo do eterno retorno, das situações cíclicas que desde o início sabemos qual será o final, uma vez que são repetitivas.

ARANHA – Devido à sua teia tecida habilmente e ao seu posicionamento central, é considerada na Índia como símbolo da Ordem Cósmica, assim como a tecelã (maya) do mundo sensível. É a Criadora Cósmica e a senhora do destino; podendo ser ainda um símbolo do narcisismo, pois é o símbolo da obsessão do Ego no centro de tudo.

ARMINHO - É considerado um animal símbolo da pureza.

ASNO - Simboliza a perseverança, a estupidez, a melancolia e a sexualidade. É um dos animais de Dioniso assim como de Saturno e possui qualidades saturninas. Ser transformado em asno implica ser dominado por essas qualidades. O filósofo Lúcio foi transformado num asno, o animal em permanente cio e odiado por Ísis, que mais tarde é desencantado e iniciado nos mistérios da deusa da lua egípcia. O baú-berço de Dioniso era puxado por um asno.

BALEIA - Simboliza a escuridão abissal e misteriosa, o inconsciente, o local para onde o herói precisa de retornar para que seja possível o seu renascimento. No mito do herói, a baleia é um símbolo da Grande-Mãe devoradora em cujo ventre o deus-herói se transforma, e nesse confronto com a Grande-Mãe, temos o simbolismo de que é o ego do homem que precisava de ser transformado. A luta do herói contra a baleia ou qualquer outro monstro marinho é um símbolo da luta pela libertação da consciência do eu, das ligações com o inconsciente e a sua salvação torna-se dessa maneira num símbolo da vitória do consciente sobre o inconsciente. A saída do ventre da baleia significa um renascer ou uma ressurreição, tanto que o símbolo da baleia é comum a vários ritos de iniciação. A entrada no seu ventre é análoga à descida ao sub-mundo e à passagem pelo inferno.

BODE - No Oriente, os demónios aparecem em imagens com a pata fendida do bode É considerado um símbolo de THOR, além de ser considerado um símbolo da fecundidade e da libido. O bode é a montaria de Agni, o deus regente do fogo para os vedas, daí que ele seja considerado como um animal solar. O termo bode expiatório, simboliza o indivíduo sobre o qual recaem as projeções do mal que os outros gostariam de executar mas que não ousam. Então, ele é empurrado cada vez mais para que desempenhe esse papel.

BOI - No Cristianismo, São Lucas tinha como símbolo o boi, é considerado como sendo um símbolo da bondade e da calma. Na China, o boi em argila é um símbolo do frio, além de ser um símbolo yin e os gregos consideravam-no sagrado posto que era objeto de imolação.

BORBOLETA - Simboliza o ar, enquanto elemento da psique. É considerada um símbolo de transformação e de um novo começo.

CABRITO - É um símbolo do renascimento com ascensão ao divino. A cabra é tanto o símbolo da iniciadora como da ama de leite, uma representação da mãe.

CACHORRO - Na antiguidade era tido como o guardião da vida eterna. Em várias culturas antigas a imagem do cão estava ligada à simbólica da morte. Na Pérsia antiga, os cães alimentavam-se dos cadáveres dos mortos e na Rússia era costume levar um cão junto da cama do moribundo para que recebesse alimento das suas mãos, alimento esse que garantia que o cão servisse de guia da sua alma para o outro mundo. Hécate, a deusa do nascimento e que estava relacionada ainda à magia, à iniciação e à morte, recebia sacrifício de cães. Nos túmulos romanos era comum encontrar-se imagens de cachorros e Cérbero era o famoso cão do Hades, o mundo do post mortem que correspondia a uma espécie de purgatório. Na Grécia, o cachorro pertencia também a Esculápio, o responsável pelas curas, pela sua capacidade de se curar por meios próprios, ingerindo erva. No Egito, era considerado como sendo um símbolo de Anúbis, o deus com cabeça de chacal e que era um guia para o mundo inferior. Pela sua capacidade de adaptação ao homem, costuma ser um símbolo da fidelidade no relacionamento.

CARACOL - Simboliza a regeneração periódica.

CARNEIROS - O carneiro era visto pelo matriarcado como símbolo do poder tirânico masculino. É ainda um símbolo de Agni, o deus do fogo dos vedas, a sua montada. A imagem em sonhos de numerosos rebanhos de carneiros, enfatiza a brandura, pela inocência que é característica desse animal.

CAVALO - O cavalo é uma das formas simbólicas mais puras da natureza instintiva é a energia que apóia o ego consciente sem que esse perceba, a energia que gera o fluxo da vida e que dirige a nossa atenção para as coisas, influenciando as nossas acções através de uma motivação. O cavaleiro é o ego, enquanto que o cavalo é o símbolo da nossa energia instintiva e animal. Quando juntos representam o movimento harmónico da natureza. Na imagem do cavalo a libido instintiva à disposição do inconsciente por vezes encontra-se bastante ligada ao tema da sexualidade. O cavalo simboliza o sentimento de se estar vivo posto que é o fluxo da vida que não criamos, mas que nos carrega no exercício da nossa vida. Na mitologia ele é associado às deusas-mães, sendo que podemos encontrar associações entre a imagem do cavalo e o simbolismo da mãe que pode ser vista como sendo o cavalinho de baloiço da criança e isso devido a primitivamente ela costumar carregar o seu filho às costas. A sua imagem também se encontra associada à da árvore dos mortos, pois ele é um animal que a alma utiliza para cavalgar para o outro mundo, servindo assim de ligação entre o mundo dos vivos e o dos mortos. No mito de Odin, a sua mãe era o "Corcel Assustador", o Freixo Universal Yggdrasil de onde ele surge em suspensão. Hécate às vezes é representada com cabeça de cavalo e tanto Deméter quanto Fílina para poderem escapar das perseguições de Crono e de Posseidon, transformaram-se em cavalos. Nos países europeus, o diabo tem uma pata equina que possui como origem Wotan, e em quase todos os mitos o diabo cavalga uma bruxa cavalo. Na Holanda, é costume se pendurar um casco de cavalo nas estrebarias com a finalidade de afastar os feitiços. É considerado também um símbolo do tempo e representa o vento pela sua velocidade. Se a imagem é de um cavalo branco, indica tratar-se de um impulso instintivo que naturalmente se dirige à consciência e se ele possuir asas pode ser considerado como sendo um símbolo de uma forma alada do princípio transcendente. Quando em sonhos o cavalo joga a sonhadora no chão, exprime um tema sexual ou aponta para um conflito erótico, o que também costuma ser simbolizado pelo seu coice. Sendo o cavalo um símbolo da quantidade de energia à disposição do homem, quando as imagens giram sobre o seu sacrifício, podem estar apontando para uma fase de introversão, pois o sacrifício de animais quando não é feito como simples oferenda, possui uma simbólica religiosa elevada, estabelecendo uma relação entre o herói e a divindade. O sacrifício surge então como a imolação do instinto, a união com o divino o seu abate ou sacrifício pode simbolizar a dissolução do instinto até então inconsciente. Quando se trata de um esquartejamento, o que está sendo simbolizado é que uma nova ordem está a ser criada pela consciencilização e reflexão, além da existência de uma disposição interior para receber o arquétipo do SELF.

CEGONHA - Simboliza a contemplação filosófica. Na mitologia grega, Antígona, a irmã de Príamo gabou-se a Hera da beleza dos seus cabelos, o que fez com que a deusa invejosa os transformasse em serpentes. Zeus apiedando-se de Antígona, transformou-a posteriormente em cegonha.

CIGARRA - Simboliza a negligência.

COBRA - Simboliza uma força inconsciente da natureza que não é boa nem má, o seu estado ainda é indiferenciado e corresponde à base do instinto e da impulsividade natural. Pode ser considerada como um símbolo do falo e possui conotações sexuais simbolizando a existência de conflitos eróticos quando a imagem aparece em sonhos. A cobra frequentemente aparece na mitologia, no simbolismo da religião ou em cultos e ritos, onde podemos encontrar imagens da serpente do paraíso, a Mitgard germânica, da cobra da época de Moisés e das cabeças de serpentes das Górgonas malignas. Essa imagem está associada ainda à Grande-Mãe que geralmente é retratada como sendo uma mulher forte, de seios nus e com os braços estirados para fora, segurando uma cobra em cada mão.

COELHO - Tanto para o negro como para o índio americano esse animal era visto como sendo a encarnação animal do herói. A festa da Páscoa possui um simbolismo que se aproxima desta ideia. Originalmente estava relacionada com o culto da lua e era nessa data que se celebrava a ressurreição do herói da lua e que foi incorporada na liturgia cristã. Pelo facto de procriarem com bastante rapidez e de terem uma prole numerosa encontra-se vinculado à lua e assim como a Páscoa, é um símbolo de vida nova e de fecundidade da natureza feminina em conexão com a deusa.

COTOVIA - É considerada como sendo um símbolo da união entre os reinos terrestre e celestial.

CROCODILO - Símbolo da abundância, que é considerado como sendo o senhor do mundo subterrâneo. No Egipto, é um símbolo dos defuntos.

ELEFANTE - A rainha Maya, mãe de Buda, da mesma forma que Maria recebeu a visita do Espírito Santo quando da concepção de Cristo, sonhou que um elefante branco entrou no seu ventre na noite em que concebeu o Salvador. Um mito antigo conta que houve uma época em que os elefantes podiam voar e mudar de forma como nuvens. As trombas ameaçadoras de um elefante em sonhos podem ter um carácter sexual pelo aspecto fálico e podem ainda estar exprimindo um conflito erótico. Frequentemente, os elefantes são considerados como sendo símbolo da castidade.

ENGUIA - Simboliza tudo aquilo que é escorregadio.

ESCARAVELHO - Besouro egípcio, que simboliza o ciclo do sol e a ressurreição.

FAISÃO - É um símbolo do despertar masculino, além de ser considerado um pássaro mensageiro. Ele simboliza a luz, donde é uma imagem ígnea.

FALCÃO - Era considerado como sendo a própria encarnação de Hórus no Egipto e é um símbolo masculino, solar que suplantou o feminino, lunar na passagem do matriarcado para o patriarcado.

FLAMINGO - É um pássaro rosado de grande porte que é um símbolo da alma em ascensão para o encontro com a luz.

FOCA - Simboliza a virgindade como decorrência da esterilidade afectiva da pessoa.

FORMIGAS - São consideradas símbolos dos instintos e encontram-se relacionadas ao sistema neuro-vegetativo e por vezes são associadas à vulva. Simbolizam ainda a actividade permanente.

GAFANHOTO - Pela sua característica de causador de destruição das plantações, a sua imagem simboliza os aspectos destruidores da personalidade do indivíduo.

GALO - É considerado um símbolo do tempo, além de possuir um princípio solar, masculino, que aparenta altivez. Os sonhos em que o ego onírico aparece representado na imagem do galo, certamente deverão estar a referir-se aos aspectos de soberba da personalidade do ego vígil.

GANSO - Na Grécia antiga representava um aspecto especial da Mãe-Natureza ou a deusa da natureza, Nemesis. Era ainda considerado como sendo um mensageiro do mundo espiritual.

GARÇA - É considerada como sendo um dos símbolos de Cristo e no Egipto era tida como pássaro sagrado.

GATO - É considerado um animal feminino, pois representa tanto o espírito da natureza capaz de criar canções folclóricas e contos de fadas, como o negro feminino, aquele aspecto que nos é bastante familiar através das bruxas. É dessa forma associado à natureza instintiva da mulher, ao prazer e refinamento. É um símbolo da clarividência e dos poderes mediúnicos.

GAVIÃO - Símbolo da rapina, do roubo e da caça.

GAZELA - Tem a característica de simbolizar a alma humana quando a procura de Deus e é considerada como sendo uma imagem do ideal espiritual. Na Índia, é vista como sendo um símbolo de Prana, o Senhor dos Ventos.

GOLFINHO - Essa imagem costuma aparecer em sonhos evocando os poderes de transfiguração.

GRALHA - Simboliza o princípio feminino.

GRILO - Esse inseto simboliza a vida, a morte e a ressurreição, e costuma-se dizer que a aparição do grilo simboliza a perspectiva da felicidade.

JAVALI - Na mitologia germânica é um dos símbolos de Wotan; na mitologia hindu é um dos símbolos de Vishnu. Na mitologia grega, quando do episódio da morte de Adónis, aparece como sendo um símbolo de um dos aspectos da natureza de Afrodite, a mãe-amante em seu aspecto animal, violento e destruidor, que tanto é capaz de criar como de tomar a vida. No mito de Ártemis, corresponde à natureza agressiva, feroz e destruidora da deusa quando contrariada nos seus afectos. No mundo cristão, pode ser visto como um símbolo do demônio.

JUMENTO - É considerado como sendo um símbolo da paz, da paciência e da humildade

LAGARTO - É considerado como sendo um dos símbolos transcendentes de profundidade posto que combina uma actividade sub-aquática com a vida terrestre que assustam as crianças.

LEÃO - No cristianismo simbolizava São Marcos; na mitologia egípcia era um antigo símbolo da ressurreição nos rituais fúnebres; no simbolismo medieval era considerado um agente da ressurreição; na simbologia alquímica é a divindade que encerra em si o mistério da morte e renascimento, além de que representava o rei em sua forma pós-mortal. Ele era o guardião do mundo subterrâneo. Quando aparece uma imagem do herói lutando com o leão é comum que se encontre desarmado posto que esse é um símbolo da sua luta consigo mesmo. Em sonhos quando ele aparece, sabe-se que a personalidade se acha confrontada com fortes e apaixonados desejos, paixões e afectos que se tornam mais fortes que o próprio ego. O leão é o sol inferior, uma representação teriomórfica do princípio masculino que representa o aspecto terreno do símbolo do rei. Encontra-se ainda associado à concuspicência e ao orgulho além de ser um animal combativo mas que pode sugerir impulsos agressivos saudáveis. Quando aparece nas imagens das deusas da lua, é uma representação da natureza voraz da deusa.

LOBO - Na mitologia germânica era considerado como sendo um dos animais de Wotan; na mitologia grega pertencia a Apolo o deus do sol, o princípio da consciência. Era ainda considerado como sendo um animal de todos os deuses da guerra. Quando em sonhos de mulheres, a figura do lobo pode representar o animus ou a atitude devoradora que as mesmas podem ter ao serem possuídas por ele, pois no seu aspecto negativo é um animal bastante destrutivo, que simboliza o princípio do mal e do demónio. O lobo é tido como um elemento feminino que vive ansioso pelo peito e que quer constantemente que lhe retirem a sensação de fome, podendo então aparecer a sua imagem simbolizando uma paixão regressiva.

MACACO - Simboliza uma caricatura animalesca, uma imagem desprezível do homem

PAPAGAIO - É considerado como sendo um dos símbolos de Maomé, além de simbolizar a petrificação em função do caráter repetitivo da sua fala desvinculado de qualquer raciocínio. É, portanto, uma personificação específica de conteúdos que são repetidos sem questionar e sem que se pare para fazer uma avaliação. Costuma ainda ser um símbolo do inconsciente. Em algumas histórias árabes, ele simboliza o psicopompo, uma espécie de Hermes, que fala sempre a verdade, embora de forma um tanto dúbia.

PÁSSARO - Simboliza de modo geral as entidades psíquicas de carácter intuitivo e mental, pois é considerado como uma entidade sem corpo e alada. É um apropriado símbolo da transcendência. Pode ainda estar representando o SELF que surge como um princípio único, uma intuição da totalidade oriunda das profundezas do inconsciente. Por vezes é associado aos pensamentos autónomos que nos surgem para depois desaparecerem com relativa autonomia. É uma intuição profunda, a verdade invisível que se auto-realiza. Na alquimia, o pássaro encontra-se vinculado ao medo da morte, à separação da alma do corpo, que é a Sublimação definitiva; sendo que existem representações medievais em que a alma deixa o corpo do morto em forma de pássaro. Nos tratados alquímicos, aparece como um guia em direção à experiência interior e os alquimistas consideravam-no como formas gasosas de matéria sublimada, de forma que os espíritos, os vapores e as substâncias evaporadas eram simbolizados por eles, usando representações distintas das suas espécies. O pássaro SIMORG é um pássaro mitológico de imensas proporções e de cor preta que representa a alma colectiva de todas as aves. Na mitologia germânica, os pássaros pertencem a Wotan e na mitologia greco-romana a Apolo sendo que uma das suas características seria a capacidade de profetizar. Possui ainda o simbolismo de ser um anjo.

PATO - Pode ser considerado um dos símbolos do SELF poela sua capacidade de adaptação e estilo de vida distintos. É um animal da terra, água e ar. É pois considerado como sendo uma função transcendental, ou seja, a capacidade que tem a psique inconsciente de se transformar e de nos levar a uma nova situação que anteriormente nos parecia bloqueada. O pato está em casa, em todos os domínios da natureza. No Ocidente, tal qual os gansos, está ligado à figura dos demónios e bruxas que com freqüência possuem pés de pato ou de ganso.

PAVÃO - É um símbolo da ressurreição e do Cristo, tal qual a Fênix que também é considerada como sendo um símbolo solar. Na mitologia grega é considerado como sendo um dos animais atribuídos à deusa Hera. É ainda considerado como sendo um símbolo da imortalidade e da totalidade, muito embora a sua imagem esteja associada à vaidade.

PEIXES - É considerado um símbolo de Cristo, além de um dos símbolos do SELF. São vistos como símbolos transcendentais de profundidade e podem simbolizar um conteúdo emergindo espontaneamente do inconsciente. O peixe tem um duplo aspecto, tanto de redentor como daquilo que deve ser redimido. Leviatã também era um mostro que possuía por símbolo o Peixe, e, no próprio signo zodiacal de Peixes, encontramos dois peixes que nadam em direções antagónicas, como uma representação do bem e do mal, do Cristo e do Anti-Cristo. O peixe pode ainda simbolizar a lascividade e os instintos mais baixos. Em diversos mitos, simboliza a revelação da Profunda Sabedoria. Nos sonhos, por vezes, o peixe é um símbolo da criança não nascida, pois antes de nascer, vivemos na água como um peixe.Ele traz em si o simbolismo de renovação e renascimento, além de simbolizar os conteúdos autónomos do inconsciente.

PICA-PAU - É considerado um símbolo do princípio paterno. Em Roma, era tido como um "Pater Familias" e no mito de Rômulo e Remo, foi ele quem colocou o alimento nas suas bocas por intermédio do seu bico.

POMBA - Na tradição cristã, a pomba simboliza o Espírito Santo e em contos de fadas, uma mulher-amante do tipo Vênus. Na alquimia, a pomba simboliza a operação alquímica da albedo.

PORCO - Pode simbolizar a baixa sensualidade. Circe transformava em porcos os homens que a desejavam.

RÃ - As rãs de um modo geral, são associadas à Mãe-Terra, além de representarem o útero. Hécate,a deusa com cabeça de rã é uma deusa da terra, que tem poderes sobre a vida e a morte. Ela tanto é capaz de envenenar como de dar vida à alguém. As rãs e os sapos têm sido associados ainda a bruxarias, pois é comum que os encontremos como ingredientes indispensáveis nas poções mágicas. O acto de sonhar com a rã, simboliza que um determinado conteúdo inconsciente está pronto para se tornar consciente, bastando para isso que se queira.

RAPOSA - Na China e no Japão, a raposa é tida como um animal feiticeiro e feminino. Em decorrência disso, costuma-se associa-la à natureza feminina instintiva e primitiva da mulher. Nesses países acredita-se que as bruxas, assim como as mulheres histéricas, costumam tomar a forma da raposa. Ela pode ainda aparecer simbolizando as almas penadas ou como o duplo da consciência humana.

RATOS - Costumam simbolizar a parte inconsciente do ser humano, assim como as preocupações noturnas e as fantasias autónomas. São considerados animais-espírito que algumas vezes aparecem simbolizando conteúdos eróticos. Podem ainda aparecer simbolizando a apropriação indébita dos objetos ou dos acfetos

SALAMANDRA - É um símbolo da transformação psíquica.

SALMÃO - É um símbolo de sabedoria e de conhecimento do futuro, além da vitalidade saudável.

SAPO - É considerado em todas as mitologias como um elemento masculino. Na alquimia, traz o simbolismo da prima-matéria que sofre transformação uma vez que exprime a cobiça desenfreada que costuma afogar a pessoa em seu próprio excesso. O sapo quando morre, fica negro e entra em estado de putrefação, enchendo-se do seu próprio veneno. O alquimista submetia então essa carcaça ao fogo do processo alquímico até transformá-lo num elixir capaz de matar ou salvar o indivíduo.

SERPENTES - Costumam simbolizar o sistema nervoso autónomo, a energia instintiva e são símbolos transcendentes da profundidade e costuma também estar associado à sabedoria, à cura e ao auto-conhecimento . O mito da tentação da serpente no jardim do Éden, refere-se à necessidade de autorealização do homem, o princípio da individuação, e é comum que seja apresentada por alguns como a representação simbólica do princípio sedutor da mulher. A serpente pertence ao reino da mãe e ela pode ser uma representação simbólica em sonhos, do medo do incesto como regressão e a imagem em que o ego onírico é envolvido por uma delas é um símbolo de penetração no ventre materno, e que corresponde à mesma simbologia da imagem de devorar uma serpente. Na Antiguidade, era considerada como sendo o símbolo da terra, que sempre foi concebida como feminina. Quando o ego onírico é mordido por uma delas, o seu simbolismo é o mesmo de sucumbir à sua tentação, o que nos diz que o ego vígil vai viver uma transição de considerável importância. A picada refere-se à exigência do inconsciente do ego vígil que a princípio age de forma paralisante sobre a sua energia e a sua iniciativa. Os sonhos frequentes com essa imagem, podem estar a apontar para uma dissociação por parte do ego vígil entre a sua vida consciente e a instintiva. Elas podem ser vistas também como uma representação do falo, mas só poderá ser interpretada como falo, se a encararmos como o simbolismo gerador e criativo da libido. Para os gnósticos, é um símbolo do tronco e da medula cerebral.

TARTARUGA - É considerada um símbolo da totalidade, do SELF.

TIGRE - É um símbolo das emoções negativas destrutivas.

TOURO - Em sonhos, o acto de matar um touro simboliza a ascendência da consciência humana sobre as forças emocionais animalescas, sendo que as touradas são um símbolo da superação ao impulso sexual, através do auto-controle e disciplina. Nos "mistérios mítricos", a imolação do touro ocupava um papel de destaque, Nesses cultos, ele era chamado de "guardião do eixo da terra", e são eles que invertem o "eixo do círculo do céu".Mitra, que era chamado de Jovem, possuía um séquito de deuses jovens com cabeça de touro, que eram um desdobramento dele mesmo, a divindade maior. O abate do touro significa um domínio sobre os instintos animais, mas também uma violação da lei.O animal representa o instinto e a proibição, e o homem sente-se mais homem, quando é capaz de sacrificar sua natureza animal. Os sonhos em que aparecem o ego onírico carregando um touro, tal qual Mitra o fez, tem o mesmo significado que a via sacra de Cristo, é um símbolo de renascimento. Mitra carrega o touro vencido, numa representação do pai, do monstro, gigante e animal perigoso. O touro é um símbolo da fecundidade, e Júpiter coabitou com Deméter, a deusa da fecundidade, sob a forma de um touro.

URSO - Divindade cultual mais antiga do mundo que é considerada como sendo um símbolo do inconsciente, ligado à terra-mãe, e é uma representação simbólica dos nossos instintos. Em Hokkaido no Japão, os caucasóides conhecidos como Aino, tinham o culto do urso.

VACA - Como símbolo materno encontra-se nas mais diversas formas e variações da Hátor-Ísis. É um símbolo de fertilidade e renovação.
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