Presidente de uma das principais ONGs brasileiras entregará pessoalmente abaixo assinado para promotoria do RS pelo “caso do cão de Quintão” que chocou o país.
Um crime inédito: jovens matam um cão a pauladas, filmam a cena e divulgam na internet, criando uma exposição sem precedentes. O chamado “caso do Cão de Quintão” gerou comoção em todo o Brasil e deu origem a um abaixo assinado exigindo a punição dos envolvidos. O presidente da ARCA Brasil, Associação Humanitária de Proteção e Bem Estar Animal, Marco Ciampi e Lourdes Sprenger ativista pelos animais em Porto Alegre, entregarão o documento em Palmares do Sul (RS) ao promotor de justiça Pietro Chidichimo Junior no dia 25 de fevereiro.
“Queremos chamar a atenção do poder judiciário para que esta violência terrível contra um ser indefeso não fique impune. Uma sociedade cruel para com os animais é uma cidade mais violenta”, explica Ciampi. Foram recolhidas mais de seis mil assinaturas – o equivalente a metade da população de Balneário Quintão, no litoral do RS, local do crime. A audiência deve acontecer no início de março.
Crime teve exposição global
Em 20 de junho, três indivíduos entre 17 e 22 anos se aproveitaram da inocência de um vira-lata de porte médio e o mataram, aos risos, com pauladas na cabeça. Não satisfeitos, gravaram tudo e, de forma inédita até então, postaram no You Tube, onde ficou disponível na rede mundial até ser denunciado, cerca de uma semana depois.
“O ‘cão de Quintão’ não é apenas mais um caso de maus-tratos contra animais. O tipo de exposição que o crime recebeu o torna emblemático, e por isso não deve ficar impune. Qualquer pessoa em todo o mundo – incluindo crianças – teve acesso às chocantes imagens que se espalharam rapidamente por redes sociais na internet”, explica Marco Ciampi, presidente da ARCA Brasil.
De acordo com o jornal inglês “The Guardian”, muitos estudos demonstram que o comportamento violento com animais na juventude pode ser um sinal de tendências criminosas no futuro. Organizações internacionais como o FBI e a Scotland Yard’s usam arquivos com casos de maus tratos contra animais para analisar seus suspeitos. A organização americana, com base na análise de seus próprios dados, encontrou paralelo entre o modo violento de agir de serial killers, estupradores e assassinos e seus antecedentes de crueldade com os bichos na infância.
“A punição, nesse caso, além de ser uma medida educativa e preventiva para os próprios jovens, também pode evitar que outros cometam crimes parecidos ou tão hediondos como esse”, diz Marco Ciampi. Ele relembra o caso da “Cadela Preta”, em que a cidade de Pelotas chegou a fazer uma passeata para mostrar sua indignação pelo crime. Os acusados foram expulsos da universidade que cursavam e um dos envolvidos foi condenado a um ano de detenção em regime aberto no Presídio Regional da cidade.
Sobre a ARCA Brasil
A ARCA Brasil - Associação Humanitária de Proteção e Bem Estar Animal é uma entidade sem fins lucrativos, sem vínculos partidários ou religiosos, criada em 1993 com o objetivo de promover o bem e o respeito aos direitos dos animais. Referência para entidades governamentais e não governamentais, a atuação da ARCA Brasil é reconhecida internacionalmente. Sua proposta é interligar profissionais (em particular os médicos veterinários), saúde pública, proteção animal e sociedade para o aprimoramento das relações homem-animal.
A ARCA Brasil foi a entidade que consolidou no país o conceito de posse responsável de cães e gatos, por meio de projetos pioneiros de conscientização e de controle populacional. Hoje, entre as suas principais ações estão, o Programa Veterinário Solidário e a Campanha pelo Fim do Confinamento Intensivo Animal, em uma parceria com a Humane Society Internacional (HSI).
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