Com apoio da Polícia Federal e da Polícia Militar Ambiental, o Ibama estourou um grande criadouro de pássaros ilegais na região do Alto Vale de Santa Catarina,
durante a Operação Bico Solto, nesta semana. Os fiscais apreenderam 54 aves relacionadas em listas de extinção, sem origem legal, com documentação irregular, mantidas em local inadequado, entre outras ilicitudes. Lá, foram encontrados araras, pica-paus, papagaios e tucanos-tocos, de bico verde e de bico preto, além de tirivas e araçaris.
O proprietário foi preso em flagrante pela Polícia Federal, teve todas as aves recolhidas pelo Ibama e pagará multa de R$ 216 mil. Os animais eram vendidos pela internet, em site não registrado e sem autorização do Ibama.
Na seqüência, o Ibama embargou o maior criadouro comercial de aves silvestres da região. O criadouro tinha licença do órgão ambiental federal para operar, mas estava trabalhando de forma ilegal. A coordenadora da Operação Bico Solto, a analista ambiental Gabriela Breda, revelou que se constatou uma gama de irregularidades cometidas pelo proprietário por meio da averiguação da documentação e visitas de rotina.
“A partir da nossa última visita, ele foi oficiado de que não poderia vender nenhum animal de seu plantel ou comprar outros animais até que o Ibama decidisse sua situação, já que havia muitas irregularidades em seu criadouro. Mas, quando lá chegamos para fazer o embargo do estabelecimento e o recolhimento dos animais, muitos já haviam sido vendidos, inclusive espécimes de origem ilegal”, disse.
Numa vistoria completa, o Ibama descobriu que o criadouro apresentava informações e relatórios falsos, fornecia dados fraudados, tinha em cativeiro 89 aves sem procedência legal e comercializou 69 aves silvestres sem procedência legal. Grande quantidade de araras, tucanos, trinca-ferros, papagaios e pica-paus foram encontrados sem origem legal, com anilhas adulteradas e alguns mutilados. Com o auxílio da Polícia Militar Ambiental, todos foram recolhidos.
A destinação desses animais será zoológicos e criadouros credenciados pelo Ibama, na região do Alto Vale de Santa Catarina e de Florianópolis. O Ibama lavrou quatro autos de infração, resultando um total de R$ 892 mil em multas e o responsável pelo criadouro comercial ainda terá de responder na Justiça Federal pelos atos ilícitos cometidos.
A analista Gabriela Breda alerta as pessoas para não comprarem animais silvestres sem procedência, pois isso é crime. “Muitas vezes, as pessoas não sabem que estão cometendo um crime ambiental ao comprar animais silvestres sem procedência, ficam encantadas com a beleza dos bichos e se esquecem de pedir a Nota Fiscal, por exemplo. É importante que exigir a documentação de procedência e consultar o Ibama para saber se o criadouro é credenciado pelo órgão. Ter em cativeiro animais silvestres sem procedência é crime”, insiste.
Amarnatureza.org.br
Badaró Ferrari
Da Assessoria de Imprensa do Ibama
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