Indústria de alimentação animal estima crescimento de 4,7% em 2011. Setor deve fechar ano com movimento superior a US$ 20 bilhões em insumos.
A produção da indústria de alimentação animal no Brasil deve registrar incremento da ordem de 4,7% em 2011, de acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações). De janeiro a outubro deste ano já foram consumidas mais de 53 milhões de toneladas de rações, segundo a entidade, que estima ainda a produção do setor em 64,3 milhões de toneladas de ração e movimentação em torno de US$ 20 bilhões em insumos, além de mais de 2,35 milhões de toneladas de sal mineral. Em 2010 a indústria de alimentação animal no Brasil registrou crescimento de 5,3% em relação ao ano anterior. De janeiro a dezembro de 2010 foram produzidas 61,4 milhões de toneladas de rações e mais 2,15 milhões de toneladas de sal mineral. “O crescimento levemente inferior ao de 2010 tem como principal fator a estabilidade do desempenho da indústria suinícola” explica Ariovaldo Zani, vice-presidente executivo do Sindirações. “Já o avanço da avicultura não foi suficiente para determinar evolução no consumo geral de ração superior àquela verificada no ano de 2010”, completa. A indústria de produção de aves e suínos, juntas, representa 82% da demanda de rações produzidas no Brasil. A avicultura de corte deve representar 50% da demanda de rações por conta do acréscimo de 6,4% à ração consumida. A estimativa é o setor consumir mais de 32 milhões de toneladas em 2011. A persistência do câmbio valorizado, os reflexos da crise fiscal da União Europeia, os confrontos geopolíticos no Oriente Médio e os embargos da Rússia e África do Sul prejudicaram bastante as exportações, que cresceram apenas 1,5% até outubro quando comparadas ao mesmo período do ano passado. Apesar do excedente no mercado interno, durante o último trimestre de 2010 e primeiro trimestre de 2011, a rentabilidade foi preservada, pois o custo com a alimentação foi compensado pelo melhor preço pago ao produtor, ao contrário do apurado entre abril e julho desse ano. A partir de agosto, o preço do frango vivo melhorou sensivelmente e a perspectiva é alcançar produção de cerca de 13 milhões de toneladas e consumo per capita de 47 kg em 2011. A produção de ração para poedeiras deve alcançar 4,9 milhões de toneladas em 2011, em resposta à estimativa do alojamento de pouco mais de 79 milhões de pintainhas de postura. A conjuntura externa adversa comprometeu sobremaneira o desempenho da exportação de ovos, que recuou mais de 50% no período de um ano acumulado até outubro de 2011. A média do preço do ovo de janeiro a setembro cresceu 20% acima do apurado no mesmo período do ano passado. No entanto, o alto custo do milho e dos outros insumos prejudicou a rentabilidade do produtor. A estimativa do setor de alimentação animal para bovinos de corte nesse ano é de produção de 2,7 milhões de toneladas com aumento de quase 8% em relação ao ano anterior, enquanto o crescimento do confinamento deve ficar em torno de 10% em relação ao resultado de 2010. A intensidade do frio, as pastagens secas e o alto custo da alimentação diminuíram a oferta do boi de pasto e de cocho. Além disso, a escassa oferta de bezerros, os episódios de aftosa no Paraguai e a valorização do dólar têm contribuído para manutenção da arroba em patamar superior aos R$ 100,00. A expectativa é somar mais de US$ 5 bilhões com as exportações de 1 milhão de toneladas de carne bovina em 2011. A estimativa da indústria é de crescimento de 8% e produção de cinco milhões de toneladas de rações para bovinocultura leiteira, a despeito do alto custo dos insumos utilizados na alimentação. A limitação na produção em virtude da baixa qualidade das pastagens por conta da estiagem e a queda na captação por fatores logísticos e climáticos fortaleceram o preço pago ao produtor. Porém, o alto custo do milho, farelo de soja e outros insumos continuam limitando a recuperação da atividade, que deve produzir mais de 31 bilhões de litros de leite em 2011. A quantidade de carne suína exportada até outubro sofreu recuo de 5% por conta da valorização do real no primeiro semestre e dos embargos comerciais. O aumento no custo de produção determinado pela valorização expressiva dos insumos da alimentação estabeleceu um ritmo acelerado no abate de matrizes e, sobretudo, animais mais leves. Esses fatores combinados têm pressionado o preço do suíno vivo pago ao produtor e mantido a estabilidade do plantel. Alinhada à tendência de estabilidade, a indústria de alimentação animal deve produzir cerca de 15,4 milhões de toneladas de ração em 2011. A produção estimada de alimentos para cães e gatos deve crescer aproximadamente 4% em 2011, alcançando cerca de 2,1 milhões de toneladas. A estimativa do setor varejista é faturar R$ 11 bilhões nesse ano em alimentos para cães, gatos, pássaros exóticos e peixes ornamentais, ou seja, um crescimento de 4,5% em relação ao ano anterior. A demanda por ração para peixes estimada é de 430 mil toneladas, caracterizada pelo contínuo crescimento que deve alcançar 25%. A produção de camarões, por sua vez, tem se revelado menos produtiva e impactada negativamente por causa dos desafios sanitários, embargos comerciais, redução global dos preços, burocracia do licenciamento ambiental e a indústria impossibilitada de investir apropriadamente em tecnologia e sistemas de cultivo mais produtivos e sustentáveis. Em resposta o consumo de rações para carcinicultura industrial deve manter estabilidade em 2011. Previsões para o mercado em 2012 O desempenho da indústria de alimentação animal Brasileira é dependente do impulso da indústria de alimentos que, por sua vez, é modulado pela capacidade de demanda do consumidor doméstico e pelo interesse de consumo dos clientes internacionais. O flagrante esfriamento econômico Brasileiro no último trimestre parece ainda não ter influenciado demasiadamente o preço das carnes no varejo, embora a desaceleração da economia Chinesa e o agravamento da crise fiscal Européia representem risco potencial. A deflagração de uma nova crise financeira global pode ser amenizada no Brasil por sua disciplina na gestão macroeconômica alicerçada em sistema financeiro sólido e moderno, Banco Central autônomo, política de câmbio flutuante e setor público que vem acumulando superávits primários e mais de U$ 350 bilhões em reservas. Os empreendedores Brasileiros poderão suportar uma economia global convalescente se o país continuar a crescer e vencer os desafios dos ganhos de produtividade, disponibilidade de mão-de-obra especializada e mobilização dos investimentos necessários. Portal Bagaraisegunda-feira, 12 de dezembro de 2011
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