Os animais passam por um período de tratamento e estão disponíveis para adoção depois de curados
Tem bicho triste no Litoral — e veranista exposto à doença. O resultado dessa soma é um espaço de 75 metros quadrados que abriga 38 cães recolhidos em Balneário Pinhal. Diretor de Vigilância Ambiental de Balneário Pinhal, Sílvio Mendes afaga um cãozinha cuja mãe morreu atropelada Foto: Ricardo Duarte / Agencia RBS Você, que trata seu cão feito filho, certamente vai estranhar: um batalhão de veranistas, ávido por se desfazer do animal, prefere deixar o cachorro na praia ao final da temporada. Não pense que só vira-latas vagam pela orla: tem de poodle a pitbull. O problema assola boa parte dos balneários, mas em Pinhal a situação é crítica. Proprietária de uma lancheria em frente à guarita 209, em Magistério, Maria Doroti da Silveira conta que a reprodução dos cães abandonados — que cruzam entre si —transforma a praia em um mar de cachorro no meio do ano. Muitos “pingando sarna”, segundo ela: — Não vou na areia. Muito menos de pé descalço. Imagina, eu com essa idade, pegar sarna ou coisa parecida. Para amenizar o problema, a prefeitura de Balneário Pinhal investiu R$ 20 mil em um Centro de Controle de Zoonoses. Os cães chegam ao local em uma carrocinha equipada com pesticidas que, desde o dia 1°, faz varreduras diárias na faixa de areia. No abrigo, 10 compartimentos — com capacidade para seis ocupantes em cada um — dividem os animais. Eles passam por um período de tratamento e, depois de curados, estão disponíveis para adoção. Para garantir a higiene e alimentar os inquilinos com 50 quilos de ração por dia, um funcionário é pago para isso. O vice-prefeito e secretário de Saúde do município, Luiz Antonio Palharin, não tem uma estatística precisa, mas calcula que mais de 300 cães errantes circulam entre Pinhal e Magistério. Uma abordagem a veículos realizada no começo do veraneio revelou uma triste realidade: — A cada dez carros abordados, sete tinham cães. Desses, no mínimo um é extraviado — lamenta Palharin. Tomado de compaixão, Silvio Mendes, diretor de Vigilância Ambiental de Balneário Pinhal, sabe que é melhor não se apegar, mas acaba enchendo os animais de apelidos. Um pastor belga foi batizado de Sadam — devido à personalidade imponente — enquanto uma delicada pitbull ganhou o nome de Smurfete. A triste previsão é que a dupla receberá mais companheiros até o fim do verão. — As crianças olham um filhote e querem de qualquer jeito. Convencem os pais. Mas esquecem que eles crescem, eles latem, eles querem brincar, eles incomodam. Quando março chegar, se as pessoas não se sensibilizarem, o problema vai crescer de novo — conta Mendes. Fonte:jornal ZHquarta-feira, 11 de janeiro de 2012
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Um comentário:
Esta ação de um pequeno Balneário é como um pedido de socorro para "Pare de abandonar". Deveria ter sido acrescentado que isto é crime! e quem faz isto precisa ser condenado de acordo com a Lei 9 605 art.32 - Lei dos Crimes Ambientais que prevê pena de detenção.Não dá para ser brando com estes individuos que sobrecarregam terceiros como as protetoras e os poderes públicos descartando animais como se fossem objetivos e que ficam no sofrimento causando tristeza a todos nós.
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