ECONOMIA
Existem mais de 40 mil pet shops espalhados pelo País, sendo 6.000 só na região metropolitana de São Paulo. Apesar de saturado, o mercado para animais de estimação continua sendo uma boa aposta.
Neste ano, a previsão de crescimento do setor é de 5%, sustentado pelo aumento do número de pets. Em 2007, a população de cães do Brasil subiu de 28,8 milhões para 29,7 milhões, com incremento de 3,12%. Ao mesmo tempo, a população de gatos passou de 13,08 milhões para 14 milhões, com acréscimo de 7,03%.
Para entrar e se manter neste ramo promissor, exige-se cada vez mais planejamento e, principalmente, investimento. "Quem tem baixo capital de giro tem tendência a quebrar. O mercado está muito seletivo", afirma o presidente da Assoufauna (associação dos revendedores de produtos, prestadores de serviço e defesa destinados ao uso animal) e dono de 18 estabelecimentos, Francisco Venturini Regis.
Segundo o empresário, os pet shops precisam ser tratados com o mesmo cuidado de qualquer outro empreendimento. "Tudo deve ser considerado. Não funciona mais fazer uma adaptação da própria garagem", diz Regis. O negócio que dá certo, segundo ele, retorna o investimento em até dois anos.
De acordo com estimativas da Anfal - Pet (Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais de Estimação), um pet shop fatura, em média, R$ 120 mil por ano.
Para entrar com tudo no mercado, a dica é analisar bem o ponto onde será instalado, o público que se pretende atingir e agregar novos serviços. "Hoje, vende-se ração nas grandes redes de supermercado (são mais de 100 mil pontos-de-venda, contando com os 40 mil pet shops). Por isso, é essencial inovar e oferecer algo diferenciado", alerta o consultor de orientação empresarial do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), Sergio Diniz.
ATUALIZAÇÃO
Pensando em oferecer um serviço diferenciado, a empresária e veterinária Renata Marin Medrano, 29 anos, de Santo André, resolveu participar do projeto Empreender da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), em parceria com o Sebrae.
O projeto objetiva fortalecer o empresariado para enfrentar um mercado cada vez mais competitivo. Durante as reuniões, são discutidos os problemas e as soluções aplicadas a esse segmento. "Descobri que enfrento os mesmos obstáculos dos outros. A maior dificuldade é contratar funcionários capacitados e superar os entraves burocráticos."
A veterinária se formou em 2001 e há quatro anos mantém o pet shop. "Percebi que não poderia ter apenas uma clínica veterinária. Por isso, desde o começo, ofereço banho, tosa e serviço de taxidog. O lugar onde abri meu negócio também foi decisivo. O Parque das Nações é uma área bem residencial", diz Renata.
A empresária alerta ainda que o lucro demora a chegar (no caso dela quase três anos) e que trabalhar em pet shop é bem cansativo. "É preciso gostar muito do que se faz para continuar nesse negócio."
Marcela Munhoz
Do Diário do Grande ABC
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