Com frequentes perdas de animais para predadores, Gabriel Santos da Silva, gerente da Fazenda Talisman localizada em Itapira, São Paulo, conseguiu resolver o problema há mais de dois anos, com a compra de cachorros da raça Maremano Abruzês.
“Desde que comprei os animais, nunca mais perdi uma cabeça de ovelha para predadores na minha propriedade”, afirma. Hoje, as 600 cabeças do rebanho são protegidas por 15 Maremanos, mas apenas dois já dariam conta do trabalho. Em geral um casal ou dois machos são suficientes para a proteção de 500 animais.
Mais indicado para trabalhar com ovinos e caprinos, o Maremano é de grande porte e podem chegar a 45 quilos. Com pelo branco, o animal de origem italiana descendente de cães pastores, é rústico e não requer muitos cuidados além da ração duas vezes ao dia. Como cão de trabalho, seu maior apego é o rebanho, do qual se sente parte. “O cão tem que se sentir membro da família da qual irá defender de predadores silvestres como as onças e até de outros cachorros”, afirma Gabriel.
A devoção ao rebanho começa cedo, antes mesmo do nascimento. Quando a fêmea está com 45 dias de gestação, é colocada em uma baia próxima às ovelhas, onde dará a luz. Nos primeiros dias de vida, os filhotes já se familiarizam com o ambiente, com o cheiro e sons do rebanho. Com 45 dias de vida, começam a ter os primeiros contatos com os animais menores para não correrem o risco de acidentes. “Todos os ensinamentos são passados pela mãe. Os filhotes que crescem com os adultos tendem a exercer a função melhor, já que aprendem com os mais velhos. Por isso, não é aconselhável que sejam levados para a fazenda antes dos seis meses de vida”, afirma o médico veterinário, Pedro Nacib Jorge Neto.
“No trabalho, o Maremano realizada patrulhas frequentes da área, fazendo a demarcação do território para os predadores terem conhecimento de sua presença no local”, explica Neto. Quando sentem que alguma coisa está fora do cotidiano, começam a latir. Um filhote custa em média R$ 2,5 mil, as fêmeas, e R$ 2 mil os machos.
Ao contrário do Maremano, o pastor alemão, também indicado para proteção do rebanho e guarda territorial de chácaras, sítios e outras propriedades rurais, deve conhecer comandos básicos como direita, esquerda, deita e vai para o trabalho. “Ele não é guiado somente por vontade própria, tem que ter interferência humana”, explica o criador de pastor alemão e presidente do Kennel Clube de Belo Horizonte, Dino Miraglia Filho. Em sua propriedade em Florestal, na região metropolitana, Dino mantém um rebanho de 150 cabeças protegido por cães da raça. “Ele cuida do rebanho como se fosse sua própria ninhada e é capaz de morrer por aqueles que protege”, explica.
Frequentemente confundido com o pastor alemão, o pastor belga Malinois também é conhecido por suas habilidades de proteção e tem a mordida como sua ferramenta de trabalho. “Por isso é preciso treinamento para inibir a mordida e manter controle sobre o animal, que só irá morder se receber o comando. E ele tem grande facilidade para ser adestrado”, explica Cláudio Murilo da Silva, dono do Canil Boiadeiro. A lealdade, grande devoção ao dono e inteligência, fazem da raça uma grande indicada para proteção territorial. Com um faro aguçado, o Malinois é o preferido para uso policial, estando presente no livro dos recordes como o maior farejador de drogas do mundo.
Paula Takahashi - Estado de Minas
3 comentários:
No dia que esse border collie da foto for "maremano" eu danço macarena pelado emcima do cristo redentor... NUNCA!!!! JAMAIS!!! NEVER!!! Jamais um maremano iria arrebanhar que nem na foto... se nao conhece, pelo menos pesquisa antes de escrever bobagens... aff... Tenta "google"... afff....
Maremano... aff.. que piada...
naelton.oliveira@hotmail.com
A nossa proposta é publicar assuntos relacionados a causa animal. Achamos interessante a matéria da Paula Takahashi. Quanto a contestação do Naelton sobre esta matéria não iremos nos posicionar.
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