A coprofagia é um dos comportamentos menos aceitáveis pelos donos de cães, mas devemos entender que para o cão não há nenhuma ética que não o permita comer porcarias e até fezes. Seus ancestrais,
os lobos, nem sempre tinham alimento à disposição e em períodos de fome podiam utilizar fezes de outros lobos, outros animais e até de nossos ancestrais para complementar a sua dieta.
Atualmente, os cães podem ingerir suas próprias fezes, fezes de outros cães, de gatos ou de humanos. Dependendo do contexto em que a coprofagia ocorre, podemos utilizar diferentes métodos de controle.
Consumo das próprias fezes
Alguns cães ingerem as próprias fezes, enquanto outros podem apenas carregá-las pela casa, sem necessariamente ingeri-las. Para alterar esse comportamento, devemos fazer um diagnóstico preciso, buscando possíveis causas para facilitar o tratamento.
A educação sanitária do cão pode ser um ponto de partida para a coprofagia. Esfregar o focinho do animal nas fezes e urina ou xingá-lo sem mostrar onde é o lugar certo não ensina ao cão que o lugar está errado, ensina que o ato de fazer xixi ou coco está errado. Isso pode ser uma causa para coprofagia, o cão se livra das fezes ingerindo-as, assim não será xingado pelo seu dono.
Limpar as fezes do cão na frente dele também não é recomendado, pois ele pode tentar imitar você, mas como não tem mãos, acaba pegando com a boca mesmo.
O melhor meio para evitar a coprofagia é aumentar o controle sobre os horários de defecação do cão. Uma alternativa é levá-lo para defecar na rua duas vezes ao dia, no horário que ele geralmente defeca em casa. Horários certos para alimentação ajudam a controlar o horário de defecação.
Existem algumas drogas comerciais que deixam um sabor amargo nas fezes, mas nem sempre são eficazes. Colocar pimenta ou sal amargo nas fezes pode ser uma opção, mas a eficácia também não é grande.
Consumo de fezes de outros animais (dentro de casa)
Fezes de gato são muito procuradas pelos cães. A ração dos gatos é muito mais palatável que a ração canina, e as fezes deles mantêm essa palatabilidade. Por isso, muitos cães ingerem fezes de gatos. Você pode controlar o acesso à caixa de areia do gato, com portas e frestas por onde apenas o gato passa ou colocando a caixa em cima de algum balcão ou superfície alta.
A ingestão de fezes de outros animais, como hamsters, coelhos e outros roedores, não é muito comum. Caso isso ocorra, a melhor opção é manter o cão afastado fisicamente do local onde esses animais defecam.
Consumo de fezes de outros animais e humanas durante o passeio
Ocorre principalmente em cães que ficam soltos, sem guia. Devemos entender, por mais nojento que seja para nós, que as fezes são uma fonte de alimento como outra qualquer para os cães e que alguns gostam mais de ingeri-las do que os outros. Dessa forma, a ingestão das fezes por si só já é um reforço positivo para o cão, como se ele estivesse comendo um pedaço de carne, por exemplo, e por mais que você puna esse comportamento (até mesmo com choque!) ele pode não se extinguir.
Caso você tenha um cão que ingere fezes quando fica solto durante o passeio e isso te incomoda, prenda-o. Se não quiser prendê-lo na guia curta, coloque uma corda extensa, mas mantenha o controle sobre ele. Se mesmo assim quiser mantê-lo solto, fique o tempo inteiro atento a ele, evite que ele vá para longe de você e esteja certo de que ele obedece a todos os comandos que você dá. Caso contrário, é muito difícil controlar a coprofagia durante o passeio.
Por ser um comportamento instintivo e normal dos cães, a coprofagia é de difícil tratamento. A chave para alterar esse comportamento é o controle do dono sobre o cão, para evitar as oportunidades.
Além dos aspectos comportamentais, devemos nos certificar de que o cão não tenha nenhum problema de saúde que explique a coprofagia. Cães com distúrbios de absorção intestinal, problemas pancreáticos ou que recebem dieta com baixo valor nutricional podem tentar complementar sua dieta com fezes. Certifique-se de que seu cão esteja saudável antes de tratar a coprofagia, leve-o ao veterinário para avaliar sua dieta e examiná-lo.
Texto: Joice Peruzzi, médica veterinária especialista em comportamento animal.
Caso seu cão tenha este comportamento e você busca ajuda para controlá-lo, marque uma consulta comportamental.
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